Trabalhador limpa o vidro de uma agência do Banco Espírito Santo, em Lisboa (Hugo Correia/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2014 às 17h28.
Lisboa - O Novo Banco, o "banco bom" que resultou da cisão do antigo Banco Espírito Santo (BES), iniciou sua atividade com cerca de 59,6 bilhões de euros, expurgando cerca de 4,4 bilhões de euros de ativos problemáticos para o "banco ruim".
As contas do "banco ruim" são de importância crucial para os acionistas do BES e detentores de bônus subordinados, uma vez que as chances de recuperar o dinheiro investido depende da recuperação dos empréstimos do banco para o império de negócios da família fundadora Espírito Santo.
O Novo Banco não revelou o montante de ativos tóxicos deixados para trás no "banco ruim" pelas subsidiárias do BES como Banco Espírito Santo Angola (Besa), que tem uma carteira de empréstimos problemática.
Na segunda-feira, Angola nomeou administradoras para gerenciar a unidade endividada.
As provisões do Novo Banco ficaram em 1,7 bilhão de euros.
O total de obrigações do Novo Banco ficou em 58,2 bilhões de euros, incluindo quase 32 bilhões de euros em recursos de clientes, a maioria depósitos. Os compromissos de dívida sênior ficaram em 8,06 bilhões de euros, a mesma quantia no antigo BES.
A carteira de crédito do Novo Banco é de cerca de 32,9 bilhões de euros, abaixo dos 34,2 bilhões de euros que o BES tinha.
O plano de resgate do BES, revelado no fim do domingo, envolveu a injeção de 4,9 bilhões de euros no banco, a maioria via empréstimo do governo, e a divisão da instituição financeira no Novo Banco e no "banco ruim", que abriga a exposição aos negócios da família controladora do BES e outros ativos problemáticos.