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Nova onda de covid-19 vira teste de sobrevivência para companhias aéreas

Companhias aereas pedem ajuda dos governos e esperam queimar 77 bilhões de dólares no segundo semestre

Aviões no chão: segunda onda de covid e inverno no hemisfério norte são teste de sobrevivência para o setor (Pogonici/Thinkstock/Thinkstock)

Aviões no chão: segunda onda de covid e inverno no hemisfério norte são teste de sobrevivência para o setor (Pogonici/Thinkstock/Thinkstock)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 26 de outubro de 2020 às 08h50.

Última atualização em 26 de outubro de 2020 às 09h45.

A segunda onda de Covid-19 atrasa a recuperação das viagens aéreas, o que torna o inverno no hemisfério norte um teste de sobrevivência para o setor, que agora deposita esperanças em uma retomada na primavera.

Companhias aéreas pedem aos governos que introduzam mais testes e bolhas de viagem para ajudar a impulsionar a demanda. O setor deve queimar cerca de US$ 77 bilhões em caixa no segundo semestre. A Associação Internacional de Transporte Aéreo pede mais apoio dos governos, ao mesmo tempo em que enfatiza a segurança dos voos.

A crise é evidente no mundo todo. Companhias aéreas revisam previsões que indicavam aumento gradual do tráfego para níveis normais durante o quarto trimestre. Agora, as operadoras reduzem os voos e fortalecem o balanço.

A Cathay Pacific Airways, de Hong Kong, vai cortar mais de 5 mil empregos e fechar uma operadora regional para reduzir a queima de caixa. A IAG, dona da British Airways, já não espera atingir o ponto equilíbrio nos últimos três meses do ano e reduziu a capacidade. A American Airlines autorizou a venda de US$ 1 bilhão em ações enquanto projeta queima de caixa de até US$ 30 milhões por dia neste trimestre.

Uma exceção é a China, onde a pandemia está sob controle e os voos domésticos aumentaram em relação ao nível há um ano. Nos EUA, companhias aéreas transportaram 1 milhão de passageiros em um único dia pela primeira vez desde março. Ainda assim, as viagens aéreas estão perto do nível visto há mais de três décadas.

“Ainda não está claro se a China é um modelo de como será a recuperação em outros mercados de curta e média distância, como os Estados Unidos ou a Europa, ou se aspectos de sua geografia e cultura a tornam diferente”, disse Nick Cunningham, analista da Agency Partners, em relatório de 23 de outubro.

Existem alguns sinais de avanço sobre padrões que desbloqueariam as viagens de longa distância, cujo volume está abaixo de voos domésticos e regionais. Um protocolo internacional estará pronto nas próximas quatro semanas, disse Gloria Manzo, diretora-presidente do Conselho Mundial de Viagens e Turismo.

“Não podemos esperar por uma vacina”, disse Manzo no Future Hospitality Summit, na segunda-feira. Os corredores de viagens entre Londres e Dubai, bem como entre Londres e Newark, Nova Jersey, estão prontos, mas dependem de aprovações dos governos, afirmou.

 

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