Petrobras: a nova fase da Lava Jato, a 40ª da operação, é chamada Asfixia, em referência à tentativa de cessar as fraudes e o desvio de recursos públicos (Dado Galdieri/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 4 de maio de 2017 às 07h25.
Última atualização em 4 de maio de 2017 às 08h27.
Rio de Janeiro - A Polícia Federal prendeu quatro pessoas, incluindo três ex-gerentes da Petrobras suspeitos de receberam mais de 100 milhões de reais em propina, em uma nova fase da operação Lava Jato deflagrada nesta quinta-feira para investigar irregularidades na área de Gás e Energia da estatal, informaram a PF e o Ministério Público Federal.
As investigações, que contaram com depoimentos de delatores tanto da Petrobras como de empreiteiras que teriam pago os valores ilegais em troca de contratos com a empresa, apontam que as propinas prosseguiram até junho do ano passado, mesmo com a Lava Jato em andamento, de acordo com as autoridades.
Também são investigados operadores financeiros que utilizaram empresas de fachada para intermediar a propina, inclusive fazendo uso de lei recentemente aprovada de repatriação de recursos no exterior para tentar regularizar os recursos, acrescentaram.
"São investigados os crimes de fraude à licitação, corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, em mais de uma dezena de licitações de grande porte da Petrobras, que foram fraudadas pelo grupo criminoso", afirmou o MPF em comunicado.
A PF e o MPF não identificaram de imediato os ex-gerentes da Petrobras presos, nem disseram quem foi a quarta pessoa detida nesta manhã. Além das prisões, o juiz federal do Paraná Sérgio Moro expediu mandados de busca e apreensão e condução coercitiva que foram cumpridos nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Entre os delatores está o ex-gerente de empreendimentos da área de Gás e Energia da estatal petrolífera, Edison Krummenauer, que reconheceu ter recebido aproximadamente 15 milhões de reais de propina nesse esquema, disse o MPF.
"Mais uma vez, observa-se que o esquema criminoso instalado na Petrobras ainda não foi integralmente desfeito, pois a divisão das vantagens ilícitas e os próprios pagamentos de propina continuam a ocorrer mesmo após o desligamento dos agentes públicos da Petrobras, e, pasmem, permanecem ativos mesmo após tanto tempo de investigação", afirmou o procurador da República Orlando Martello, da força-tarefa da Lava Jato, em comunicado.
A nova fase da Lava Jato, a 40ª etapa da operação, é chamada Asfixia, em referência à tentativa de cessar as fraudes e o desvio de recursos públicos em áreas da Petrobras destinadas a produção, distribuição e comercialização de gás combustível, disse a PF.