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No radar da Smart Fit, Velocity planeja dobrar de tamanho e faturar R$ 140 milhões em 2024

Estúdio de spinning completa dez anos em 2024 e prepara expansão internacional

"A Velocity quer trazer dinamismo e felicidade para atividade física", diz o fundador Shane Young (Germano Lüders /Exame)

"A Velocity quer trazer dinamismo e felicidade para atividade física", diz o fundador Shane Young (Germano Lüders /Exame)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 1 de julho de 2024 às 15h01.

Última atualização em 3 de julho de 2024 às 10h32.

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Música animada no último volume e luzes coloridas que remetem a uma balada compõe o cenário das aulas de spinning da rede Velocity. Aulas avulsas ou pacotes flexíveis, sem a necessidade de mensalidade fixa, são oferecidos aos alunos que buscam por aulas dinâmicas em bicicletas ergométricas.

Os estúdios da Velocity estão se multiplicando pelo Brasil. Ao todo, já são 86 franquias. Outros 34 estúdios da Kore, que oferece treinos funcionais, compõe o portfólio do grupo. No ano passado, a receita foi cerca de R$ 70 milhões. A meta para esse ano é dobrar a receita.

A empresa fundada pelo empreendedor neozelandês Shane Young radicado no Brasil, acaba de completar dez anos e tem chamado a atenção do mercado. Enquanto as academias tradicionais se organizam para oferecer cada vez mais serviços num mesmo espaço, os estúdios avançam na direção contrária.

Com algumas dezenas de bicicletas, a empresa aposta na flexibilidade e tecnologia para atrair o público que quer se exercitar sem as tradicionais aulas de musculação, por exemplo. "A Velocity quer trazer dinamismo e felicidade para atividade física", diz o fundador Shane Young.

O crescimento da companhia tem chamado a atenção do mercado. Na última semana, a rede de academias Smart Fit confirmou a intenção de compra da marca de estúdios. O valor da aquisição é estimado em R$ 180 milhões.

O fundador, que não pode comentar negociações em curso, disse em entrevista à EXAME que já recebeu ao longo dos últimos anos algumas propostas pela Velocity, inclusive de grupos estrangeiros que buscam entrar no mercado brasileiro.

"Se formos vender, será para alguém que tenha o propósito bem alinhado com o nosso", diz.

Caso a aquisição seja concluída, a Velocity vai se juntar a outros quatro estúdios no portfólio da Smart Fit: Tonus Gym, Jab House, Vydia e Race Bootcamp. A rede de academias cresceu 34% nos últimos dois anos, chegando a 1.469 unidades, e sua receita líquida foi de R$ 1,26 bilhão no primeiro trimestre.

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Como a Velocity foi criada

A Velocity foi criada em 2013 pelo empreendedor neozelandês Shane Young, radicado há alguns anos no Brasil, ao lado do investidor Declan Sherman, do fundo Everlight Capital.

Com experiência no mercado financeiro, Young queria empreender no país onde já morava há alguns anos. Ele se inspirou nos estúdios de spinning que conheceu em Nova York, nos Estados Unidos. "Fizemos algumas adaptações para o público brasileiro, mas o foco era levar uma prática integrada de bem-estar físico e mental aos alunos", diz.

Desde 2015, a influenciadora Gabriela Morais (ex-Pugliesi) é sócia da Velocity e foi responsável por boa parte da divulgação da marca em seus primeiros anos. Ela segue como sócia minoritária da empresa, apesar de se dedicar a sua própria marca de produtos de beleza e saúde.

No mesmo ano, o empresário André Coracini se tornou sócio da companhia e ocupa o cargo de Diretor Geral.

Desde sua fundação, o grupo sempre buscou inovar não apenas em suas aulas, mas também na estratégia de precificação. A flexibilidade permitiu atrair tanto clientes que pagam apenas pelas aulas que frequentam quanto aqueles que desejam a liberdade de participar de aulas de forma ilimitada.

Hoje, os pacotes variam entre R$ 285,00 até R$ 2.730,00 e as aulas avulsas custam entre R$ 52,00 e R$ 60,00, dependendo da região da franquia.

Em 2018, quando tinha cerca de dez estúdios próprios, a rede decidiu alavancar seu crescimento com unidades franqueadas. O investimento inicial para abrir uma franquia Velocity é de um milhão de reais e R$ 800 mil para um studio Kore, ambos com retorno em até 15 meses. O ritmo de expansão é tão intenso quanto das aulas. A expectativa é terminar o ano com 140 unidades das duas marcas.

"Vemos espaço para 350 unidades da Velocity no Brasil. Queremos abrir de 40 a 50 estúdios por ano", diz Young.

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Internacionalização da marca

Levar a marca para fora do Brasil é um sonho antigo do fundador e seus investidores. Algumas unidades foram abertas no México, mas a pandemia de covid-19 fez o Grupo Velocity recuar. "As medidas restritivas no México duraram mais de um ano e nós tivemos que fechar quatro unidades novas no país", explica.

Agora, o grupo pretende avançar novamente. A primeira unidade fora do Brasil deve ser inaugurada em novembro em Barcelona, na Espanha. Apesar de ser operada por um franqueado local, o grupo tem forte participação na gestão da unidade considerada piloto.

"Há espaço para crescemos internacionalmente com pessoas que buscam por saúde e bem-estar na atividade física", diz Young.

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