Nissan: empresa vê consumidor optando mais por aplicativos de transportes (Mandatory credit Kyodo/via REUTERS/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de junho de 2019 às 17h21.
Última atualização em 25 de junho de 2019 às 17h25.
São Paulo — A japonesa Nissan prevê crescimento de 10% na venda de carros em 2019 no Brasil, afirmou nesta terça-feira, 25, o presidente da montadora no País, Marco Silva, em evento promovido pela editora AutoData. A estimativa é próxima do desempenho registrado até maio pelo setor, de alta de 11,1%, na comparação com os primeiros cinco meses do ano passado.
Silva ressaltou que praticamente todo o crescimento visto até então se deve a clientes corporativos, que apresentam avanço em torno de 20% no acumulado do ano, enquanto as vendas para o consumidor comum, pessoa física, têm tido expansão entre 1% e 3%.
Embora parte dessa discrepância entre clientes pessoa jurídica e pessoa física se deva a fatores conjunturais relacionados à crise econômica, o presidente da Nissan acredita que o movimento também reflete uma mudança de comportamento do consumidor, que estaria menos disposto a comprar o carro próprio e mais propenso a utilizar aplicativos de transporte ou veículos alugados ou compartilhados.
"Isso mostra a necessidade de investimentos de empresas como locadoras ou aplicativos, diante da mudança significativa da maneira como o consumidor vê a compra do carro", afirmou ele, lembrando que, para muitos dos mais jovens, a compra do primeiro automóvel já não é mais um sonho prioritário.
De qualquer forma, Silva espera que haja um reequilíbrio das vendas para clientes pessoa jurídica e pessoa física, ocasionado pela aguardada melhora de condições macroeconômicas, como a queda do desemprego e dos juros, que contribuiriam para o aumento do consumo por pessoa física.
A aceleração do crescimento econômico, no entanto, passa pelas reformas do governo, em especial a da Previdência, lembra o presidente da Nissan. O executivo, contudo, não espera que os efeitos na economia já ocorram em 2019. "Qualquer ação efetiva do governo só vai render frutos a partir do ano que vem", diz.