Consumidores usam máscaras de proteção em frente de loja da Nike na China (Qilai Shen/Bloomberg/Getty Images)
Victor Sena
Publicado em 22 de outubro de 2021 às 16h47.
Última atualização em 26 de outubro de 2021 às 13h28.
Até esta sexta-feira, quem buscava produtos Nike no Mercado Livre não encontrava. A marca restringia sua venda online apenas ao site oficial.
Depois de dois anos de negociação, a marca chegou ao site com uma loja oficial.
A chegada da loja oficial da marca ao Mercado Livre representa a consolidação da estratégia do site de trazer grandes marcas para reforçar sua imagem. Desde o início da pandemia, o e-commerce viveu um boom, o que ajudou gigantes do varejo digital.
Para o vice-presidente sênior do Mercado Livre no Brasil, Fernando Yunes, a entrada da Nike é estratégica.
"A tendência de fortalecer o consumo online é um fato. É uma mudança de comportamento estrutural para complementar o varejo físico. O movimento de lojas oficiais é estratégico. A gente intensificou a partir do início do ano passado, trazendo muitas marcas fortes para o Mercado Livre, em um movimento de consolidação da confiança. Confiança é um pilar importante, e a gente vem construindo isso também na moderação de sellers. Muitos tiramos da plataforma. Anúncios são 'baixados' com uma frequência muito grande. Temos 500 pessoas em um time de inteligência artificial só para garantir que a plataforma fique o mais limpa possível de produtos que não deveriam estar lá. Para completar isso, veio a parceira com grandes marcas.
Outras marcas como Samsung, Apple, Motorola e Brastemp também já têm seus espaços no site.
"Eu acho que nós temos ótimas opções na loja, selecionadas particulamente para os consumidores que estão no Mercado Livre. Masculinos, femininos, para crianças... E também focado em esportes. Se você é um jogador de futebol, você tem produtos, ou jogador de basquete. A loja oficial no Mercado Livre é um ponto de entrada ao programa de filiação de membros da Nike. É também uma entrada no que chamamos do ecossistema de esportes", diz Karsten Koehler, General Manager da Fisia, Distribuidora Oficial Nike no Brasil.
Outro movimento que deve acontecer com a entrada da Nike no Mercado Livre, segundo Yunes, é um impulsionamento nas compras de produtos de moda e de esporte. "
Hoje a penetração de moda no e-commerce está em 9%. No varejo físico, é 11,5%. Está um pouco abaixo da média. Então, com a entrada da Nike, a gente entede que vai ajudar a impulsionar e levar isso, por que não, para cima da média".
Quanto a possíveis danos a lojistas menores, Fernando afirma que a estratégia das lojas oficias como uma forma de complementação. Isso justamente porque enquanto a marca não está oficialmente ali o produto não está sendo vendido.
"Quando a empresa 'entrar', entra também a permissão de venda tanto para pequena, médias e grandes varejistas venderem. É um movimento democrático", explica.