Nestlé: os números, no entanto, não devem ser suficientes para acabar com as críticas de investidores
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 06h50.
Última atualização em 15 de fevereiro de 2018 às 07h26.
O maior fabricante de alimentos do mundo, a Nestlé, divulga seus resultados de 2017 nesta quinta-feira em um período de extrema pressão. A expectativa é de uma alta de 11% no lucro, que deve chegar a 9,72 bilhões de francos suíços (cerca de 10,43 bilhões de dólares).
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Os números, no entanto, não devem ser suficientes para acabar com as críticas de investidores que acusam a empresa, cujos negócios variam desde pizza congelada e sorvete até cremes para a pele e água engarrafada, de estar presente em segmentos pouco rentáveis e de não acompanhar as mudanças do mercado.
Em uma resposta às críticas, a Nestlé tem feito mudanças. Em janeiro a companhia nomeou três membros independentes para o conselho da empresa, formado por 14 membros.
A Nestlé também anunciou a venda de sua unidade de doces nos Estados Unidos à italiana Ferrero por 2,8 bilhões de dólares, abrindo caminho para a procura de produtos mais saudáveis.
No fim da semana passada a empresa de cosméticos L’Oreal veio a público dizer que compraria a participação de 23% que a Nestlé tem na companhia se ela estivesse disposta a vender.
A venda dessa participação da Nestlé na L’Oreal é a principal batalha do investidor ativista Daniel Loeb, que tem 1,3% de participação na Nestlé e vem fazendo críticas à companhia.
No fim de janeiro Loeb publicou uma carta pedindo ao presidente da Nestlé, Mark Schneider, para esclarecer o foco da companhia, dizendo que os acionistas estavam confusos. O próprio Schneider veio de uma companhia de saúde no ano passado, o que ajudou a confundir um pouco mais os investidores.
Loeb também questionou a expansão da Nestlé no segmento de saúde, que incluiu um acordo recente para comprar a fabricante canadense de vitaminas Atrium Innovations, por 2,3 bilhões de dólares.
Loeb, investidores e analistas terão mais uma oportunidade de questionar a empresa após a divulgação de seus números nesta quinta-feira.
A Nestlé precisa dar respostas a seus investidores num momento em que grandes conglomerados, como GE e Unilever, têm sido cada vez mais cobrados por seus investidores. Mostrar que ter os ovos em tantas cestas é uma vantagem, e não um peso extra, é cada vez mais difícil.