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Negociação para compra da Somos foi processo intenso, diz CEO da Kroton

Nesta manhã, a Kroton anunciou a compra de uma fatia de 73,35 por cento da Somos por 4,566 bilhões de reais

CEO da Kroton ressaltou que o mercado de educação básica no Brasil é bastante pulverizado e a participação de mercado conjunta de Somos e Kroton neste segmento será baixa (Germano Lüders/Exame)

CEO da Kroton ressaltou que o mercado de educação básica no Brasil é bastante pulverizado e a participação de mercado conjunta de Somos e Kroton neste segmento será baixa (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 23 de abril de 2018 às 13h36.

Última atualização em 23 de abril de 2018 às 15h19.

São Paulo - A negociação para aquisição do controle da Somos Educação foi fruto de um processo de negociação muito intenso da Kroton Educacional com a Tarpon que durou cerca de 72 horas, disse nesta segunda-feira o presidente do maior grupo de educação superior do país, Rodrigo Galindo.

"É um namoro de longa data, estamos conversando há mais de um ano... Mas na sexta-feira houve alinhamento de intenções entre Kroton e Tarpon, passamos dois dias virados e hoje pela manhã assinamos o contrato antes da abertura do mercado", explicou Galindo.

Nesta manhã, a Kroton anunciou a compra de uma fatia de 73,35 por cento da Somos por 4,566 bilhões de reais, dos quais 4,166 bilhões de reais serão pagos à vista na data de fechamento do negócio e o restante será mantido em conta vinculada até cumprimento de determinadas obrigações.

O negócio foi a segunda aquisição feita pela holding Saber, criada no início do mês pela Kroton para concentrar as operações em educação básica, e ocorre após a compra do Centro Educacional Leonardo Da Vinci, em Vitória (ES), por valor não revelado.

Segundo Galindo, a compra da Somos representa uma "volta às origens" na educação básica para Kroton Educacional, que entre 1966 e 2002 atuava exclusivamente neste segmento. "A Somos Educação é uma jóia, estamos confiantes de que tomamos o passo certo", afirmou o executivo.

Ele ressaltou que o mercado de educação básica no Brasil é bastante pulverizado e a participação de mercado conjunta de Somos e Kroton neste segmento será baixa. "É um mercado grande onde as companhias juntas podem aportar valor", comentou Galindo, acrescentando que apenas em sistemas de ensino haverá sobreposição de operações a ser analisada por autoridades competentes.

"É baixíssima a sobreposição entre o que a Somos e a Saber fazem, mas não podemos dar um prognóstico do que o Cade vai decidir", disse o presidente da Kroton. De acordo com ele, após a aprovação do órgão antitruste, a Kroton estenderá a proposta de 23,75 reais por ação aos demais acionistas da Somos Educação e só depois decidirá se fechará o capital da empresa.

Galindo afirmou que o desembolso total da Kroton pode chegar a cerca de 6,2 bilhões de reais após a oferta para aquisição de ações (OPA). Conforme o executivo, a companhia conta com 1,7 bilhão em caixa líquido e o plano prevê ainda emissão de dívida para cumprir o pagamento.

O negócio trará maior diversificação para o portfólio da Kroton Educacional, com a educação básica devendo responder por 28 por cento da receita líquida da companhia depois da conclusão da operação, ante 3 por cento em 2017, destacou Galindo.

Do ponto de vista do resultado operacional, o segmento passará a representar 21 por cento do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), ante 3 por cento no ano passado, concluiu o executivo.

Às 13:05, as ações da Kroton subiam 4,67 por cento, enquanto as da Somos Educação disparavam 49,16 por cento e da Tarpon avançavam 26,98 por cento.

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