EUA: a embarcação havia saído do Chile e seu destino era a Europa (Eduardo Munoz Alvarez / Freelancer/Getty Images)
Karin Salomão
Publicado em 11 de julho de 2019 às 15h19.
Última atualização em 11 de julho de 2019 às 15h49.
Um navio de carga apreendido por autoridades norte-americanas em junho, com 18 toneladas de cocaína, era controlado pelo banco JP Morgan Chase. A embarcação estava ancorada perto do porto de Filadélfia, na Pensilvânia, Estados Unidos e foi detida pelas autoridades de alfândega.
O banco não tem relação com a operação da embarcação, mas sua compra foi patrocinada por um fundo do JP Morgan Chase, o JP Morgan Asset Managment. Até o momento, o banco não se pronunciou sobre o caso.
O navio estava arrendado para a suíça Mediterranean Shipping Company, uma das maiores empresas de transporte de containers, e era operado por ela. Ele navegava sob a bandeira da Libéria, país no oeste africano, entre Costa do Marfim e Serra Leoa.
A embarcação havia saído do Chile e seu destino era a Europa, após a parada nos Estados Unidos, diz o Wall Street Journal. O navio, construído em 2018, tem capacidade para 100 containers e é avaliado em 90 milhões de dólares. É o segundo navio da MSC apreendido com drogas no porto de Filadélfia esse ano. Outro foi apreendido em Nova Jersey em março deste ano.
Em comunicado enviado ao jornal americano, o MSC agradeceu aos funcionários do governo nos EUA por seu trabalho proativo e ofereceu apoio contínuo, com base em um longo histórico de boa cooperação com as autoridades. “A MSC está ajudando e cooperando com as autoridades, conforme necessário, e a empresa não é alvo de qualquer investigação.”
A busca no navio foi feita em junho, quando autoridades encontraram cerca de 20 toneladas de cocaína no navio, com um valor estimado de 1,3 bilhão de dólares. As drogas foram apreendidas pela agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (United States Customs and Border Protection, CBP). No início de julho, a agência recebeu autorização para tomar controle também do navio.
O navio MSC Gayane é a maior apreensão da história de 230 anos da agência. A quantidade de droga encontrada a bordo também é recorde para a CBP.
“A apreensão de uma embarcação tão massiva é complicada e sem precedentes - mas é apropriada porque as circunstâncias aqui também são sem precedentes", afirmou o promotor do estado da Pensilvânia, william McSwain, em comunicado. "Quando uma embarcação leva uma quantidade tão grande de drogas letais para as águas da Filadélfia, meu escritório e nossos parceiros de agência buscarão as consequências mais graves possíveis contra todas as partes envolvidas, a fim de proteger nosso distrito - e nosso país.”