A embarcação, uma das maiores do mundo, com destino ao porto de Rotterdam, na Europa, apresentou "um problema" no seu tanque de lastro (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2011 às 21h59.
São Paulo - A Vale informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que espera que o seu supernavio que apresentou problemas e está parado perto de São Luís, no Maranhão, seja removido nas próximas horas para uma área de fundeio.
"A Vale informa que está acompanhando as tratativas que estão acontecendo entre a STX Pan Ocean, proprietária e operadora do navio que está atracado no Pier I no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, DNV (órgão classificador do navio) e as autoridades responsáveis", disse comunicado da empresa.
Segundo a mineradora, depois de removido, a expectativa é de que novas ações sejam tomadas pela empresa responsável.
A embarcação é um dos supernavios para transporte de minério de ferro que a Vale está adicionando à sua frota buscando economias com frete marítimo.
Carregado com 384,3 mil toneladas de minério de ferro da Vale, o navio Vale Beijing, recém construído na Coreia do Sul, deveria ter deixado o porto de Ponta da Madeira no domingo, segundo plano estabelecido pela mineradora.
A embarcação, uma das maiores do mundo, com destino ao porto de Rotterdam, na Europa, apresentou "um problema" no seu tanque de lastro, unidade que dá equilíbrio à embarcação, afirmou nesta segunda-feira uma fonte local que pediu para não ser identificada.
A carga de minério de ferro é suficiente para produzir uma quantidade de aço para a construção de três pontes Golden Gate, ponto turístico da Califórnia.
O navio atracou no porto maranhense na última sexta-feira para receber a carga.
Construído pela sul coreana STX Pan Ocean, o Vale Beijing ficou pronto recentemente. É o primeiro de oito supercargueiros que serão entregues pela empresa até 2013 para transportar minério de ferro da Vale. Todos possuem capacidade de transporte de 400 mil toneladas.
O contrato de afretamento entre Vale e STX para estes navios, fechado em 2009, é da ordem de 6 bilhões de dólares, segundo a empresa asiática.
35 Valemax
A mineradora brasileira informou à Reuters que firmou contratos de arrendamento para um total de 16 navios gigantes, conhecidos no mercado como Valemax.
Outros 19 navios gigantes foram encomendados para serem operados pela própria Vale, num total de 35 embarcações do mesmo porte.
Destes que pertencerão à mineradora, 12 serão construídos na China, pelo estaleiro Rongsheng Shipbuilding and Heavy Industries, e outros 7 na Coreia.
As encomendas integram a estratégia da Vale para reduzir custos de frete no mercado internacional, considerando que a maior parte do minério que exporta do Brasil tem a Ásia como destino - e a distância é uma desvantagem em relação a suas concorrentes australianas.
"Nosso objetivo é ter uma frota própria dedicada para parte de nossas exportações, uma frota que seja mais eficiente, sustentável, com alto padrão de segurança operacional e que contribua significativamente para a redução da volatilidade no mercado de frete", afirmou recentemente o diretor executivo de Marketing, Vendas e Estratégia, José Carlos Martins, segundo nota da Vale.
O problema da Vale com seus supernavios começou antes mesmo de ficarem prontos. Na China, principal mercado da mineradora, representantes de portos disseram não ter condições para receber as embarcações, por falta de estrutura adequada.
Circularam comentários na mídia de que armadores chineses estariam pressionando o governo do país para não permitir que os navios da Vale atraquem, reclamando da estratégia de transporte da mineradora que visa economia de custos com o uso de navios maiores próprios ou arrendados em contratos de longo prazo.
Alguns portos estão se preparando, com a construção de terminais adicionais, para dar conta dos supercargueiros.
A companhia brasileira informou que a dona do navio, a STX Pan Ocean, é quem deve comentar o assunto. Não foi possível contatar imediatamente a companhia.
O jornal O Globo informa na edição desta segunda-feira que há uma rachadura no casco do navio, o que estaria causando entrada de água no lastro da embarcação. Mas a fonte consultada pela Reuters não comenta a existência de uma rachadura.