Loja da Natura, na sede: companhia destacou retomada de crescimento no Brasil no segundo semestre e expansão das operações internacionais (Bárbara Ladeia/EXAME.com)
Mariana Fonseca
Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 21h01.
São Paulo - A Natura tem como carro-chefe e princípio a venda através das relações entre consultor e consumidor, pessoais e humanas.
Mas, para 2014, a marca pretende investir em um segmento que já apresentou resultados positivos e que deixaram a empresa entusiasmada: a tecnologia de informação.
É o que afirma Roberto Pedote, o vice-presidente de Finanças e Jurídico da marca. Um dos principais pontos da área de TI é a expansão da Rede Natura, ramo de comércio eletrônico da rede de cosméticos, que terá maiores investimentos nesse ano.
O site apresenta uma nova forma de se relacionar com a Natura e comprar com os consultores, já que cada um deles possui seu próprio "Espaço Natura" na internet.
Pedote ressalta que, apesar dessa opção de investimento, a marca continuará seguindo suas raízes de integração entre consultor e cliente, já que a Rede Natura seria uma maneira de integrar o consumidor diretamente no processo de escolha e compra.
Sobre a eficiência do site, o executivo afirma que 35% das entregas online são atualmente feitas em até 48 horas, e o plano é expandir esse número para até 60 a 70% dos pedidos.
A capacidade logística da Natura poderia elevar o número até 90%, mas, segundo ele, essa meta não valeria a pena considerando-se custos envolvidos.
2013
Olhando o ano em retrospectiva, Roberto Pedote destacou a retomada de crescimento no Brasil a partir do segundo semestre e a expansão das operações internacionais, que hoje representam 17% das vendas anuais da empresa, de acordo com o balanço do quarto trimestre de 2013.
No período, a empresa apresentou um lucro líquido de 294,1 milhões, uma alta de 8,7% em base anual. A receita líquida no 4º tri teve avanço de 15,5% e o crescimento doméstico no período foi de 9%. O Ebitda cresceu 16,3%, na mesma base de comparação. A Natura cresceu no quarto trimestre "de acordo com o mercado", diz Pedote.
A volta dos bons resultados dentro do Brasil se deveu, segundo o vice-presidente de Finanças e Jurídico, à estratégia de marketing, às datas comemorativas (principalmente o Natal), aos produtos da linha "Sou" e aos meios de pagamento para consultoras.
Futuro
Além do investimento em TI, Pedote diz que a empresa espera no médio-prazo ter não só a marca Natura, mas desenvolver outros projetos que se correlacionem. A rede pretende também ir além do ramo dos cosméticos.
A estratégia talvez seja uma resposta à concorrência, já que as marcas desse mercado passaram a vender produtos de fora do setor, como um complemento. É o caso da Avon, que tem um catálogo exclusivo para os itens de moda e casa.
Ainda dentro das expectativas para 2014, há o plano de retomar as lojas-conceito, como a da rua Oscar Freire, como exposição da marca e não para negócios. Falando de preços, o executivo afirmou que o reajuste será de 5%, sem previsão ainda de que existam outros. A Natura estima investimentos de 500 milhões de reais nesse ano.