Restaurante da Natura em Cajamar, São Paulo. (Natura/Divulgação)
Vanessa Barbosa
Publicado em 8 de novembro de 2018 às 12h01.
Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 12h10.
São Paulo - A gigante dos cosméticos Natura aderiu ao movimento "Segunda Sem Carne" e, como sugere o nome, deixará de servir carne nos seus restaurantes em todo o Brasil às segundas-feiras.
No lugar de proteína animal, entrarão combinações de proteína vegetal, como cogumelos, lentilhas e grão-de-bico. Com a investida, a empresa espera estimular "hábitos mais sustentáveis" entre os seus 4,5 mil funcionários.
O movimento "Segunda sem carne" está presente em mais de 40 países e, por aqui, é promovido pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), parceira da Natura nessa investida.
O processo de implementação se dará por etapas para permitir a adaptação. Na primeira fase, que começou nesta semana, saíram de cena as carnes bovina e suína. Em Cajamar (SP), por exemplo, onde fica a fábrica da Natura, a estrela do cardápio de estreia foi um hambúrguer de cogumelo shimeji.
As próximas fases retirarão outras carnes, como peixes e frangos, e por, fim, a empresa ambiciona que todas as refeições às segundas-feiras se tornem 100% veganas, ou seja, sem nenhum alimento de origem animal, como leites e ovos.
Para isso, a equipe de nutricionistas, chefs e cozinheiros da empresa foram capacitados em parceria com especialistas da SVB a produzir receitas que substituam a proteína animal pela vegetal, preservando o equilíbrio de nutrientes, textura e sabor.
Segundo a coordenadora de sustentabilidade da Natura, Paula Contim, a iniciativa "encantou" a empresa porque "tem tudo a ver com uma grande causa" da marca, que é a preservação da Amazônia: "A gente sabe do impacto ambiental que a pecuária extensiva causou na Amazônia", diz a executiva sobre o projeto.
Segundo a empresa, com a implementação da Segunda Sem Carne, a Natura estará ajudando a preservar, por ano, o equivalente a aproximadamente 500 hectares de vegetação — o tamanho de dois Parques Ibirapuera, em SP — e a economizar 5 milhões de litros de água — ou 40 mil de banhos de 15 minutos.
Além disso, será evitado o consumo de 1,5 milhão de kg de grãos de soja, que normalmente vão para produção de ração animal, e reduzidas as emissões de gases do efeito estufa em 1,5 milhão de kg — o mesmo que retirar de circulação 330 mil carros ao longo de um ano.