Repórter de Negócios
Publicado em 15 de julho de 2024 às 12h00.
Última atualização em 15 de julho de 2024 às 12h17.
Mesmo com o forte processo de digitalização acelerado nos últimos anos na pandemia, os alunos têm dado preferência ao ensino presencial. Cerca de 83% dos alunos das franquias de educação estudam na modalidade presencial. Nos colégios bilíngues essa participação chega a 100% e nas escolas de idiomas chega a 86%. O modelo híbrido atingiu 6% e as aulas virtuais ao vivo chegaram a 12%, mostra o Diagnóstico Setorial de Educação 2024, pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Segundo Rogério Gabriel, presidente da MoveEdu e diretor da Comissão de Educação da ABF, os aulos preferem aulas presenciais em busca de maior foco, vontade de interação social e, principalmente, maior rendimento. O diretor ressalta, porém, que o segmento tem a capacidade técnica de oferecer serviços digitais. "É possível ter relacionamento mais próximo com os alunos à distância. É preciso oferecer mais interação digital aos alunos que buscam ensino remoto".
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A pesquisa foi realizada via questionário online entre os dias 22 de abril até 31 de maio e contou com a participação de 31 marcas (34% das marcas associadas do segmento), o que corresponde a 45,8% do total de operações das marcas associadas do segmento e 28,6% das operações estimadas do franchising de educação do país.
Em 2023, as franquias de educação cresceram 9,7%, chegando a um faturamento de R$ 14,255 bilhões e mantendo seu número de operações praticamente estável, em aproximadamente 15.700. O franchising terminou o ano com crescimento 14,3%, com faturamento de R$ 240 bilhões.
A pesquisa também indica que o tempo médio de permanência dos alunos, no intervalo de 13 a 24 meses, chegou a 61% (ante 52%) e 17% entre 25 a 36 meses (ante 12%). A quantidade média de alunos também apresentou crescimento. As unidades com até 100 alunos apresentaram alta de 30% no ano passado, liderando o crescimento. Unidades de 301 a 500 alunos cresceram 26% no último ano.
"A maior atenção a base de alunos, com mais recursos digitais, ações e interações, o que levou a uma maior permanência dele nas escolas e até a uma recuperação das margens", explica o diretor.
Em relação às escolas de idiomas, o ticket médio atingiu R$ 341,94, ante R$ 319 no ano anterior. A média de reajuste da mensalidade ficou entre 6 e 10% para 59% dos entrevistados. Além disso, 80% das redes aplicam até 10% de reajuste nos materiais didáticos.
A pesquisa também levantou dados interessantes para quem deseja investir em uma franquia de educação. 51% dos participantes afirmaram que margem de lucro líquido das unidades franqueadas cresceu entre 21% a 30% no último ano. Quanto ao prazo médio para o franqueado alcançar o ponto de equilíbrio, é de 1 a 2 anos para 53%, 6 meses a 1 ano para 34% e até 6 meses 13%.
“O diagnóstico apontou um grande esforço das redes e franqueados para a captação de alunos por meio de mídias digitais, o que é fundamental. Mas enxergo espaço para a base franqueada retomar com mais força as ações locais de captação, que têm um custo mais baixo e tendem a chegar de forma mais direta a diferentes perfis de públicos”, diz Rogério Gabriel.
Em relação aos aprendizados da pandemia, os franqueados apontam os seguintes pontos:
"Neste momento há um reconhecimento da necessidade de aprendizado constante e o público tem reconhecido este valor das franquias de educação em um ambiente de grande concorrência.Trata-se de uma lição da pandemia que vai contribuir muito com o desenvolvimento a longo prazo do nosso mercado", diz o diretor.