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Naouri assume presidência da controladora do Pão de Açúcar

Presidente do Casino, o francês Jean-Charles Naouri foi eleito em assembleia geral extraordinária da Wilkes, holding controladora do GPA

Naouri: até ontem, a posição de chairman da Wilkes era ocupada por Abilio Diniz (Cleber Bonato/EXAME.com)

Naouri: até ontem, a posição de chairman da Wilkes era ocupada por Abilio Diniz (Cleber Bonato/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 14h37.

São Paulo - O presidente-executivo e do conselho do Casino, Jean-Charles Naouri, foi eleito em assembleia geral extraordinária nesta sexta-feira como novo chairman da Wilkes, holding controladora do Grupo Pão de Açúcar, marcando mais um passo na trajetória para se tornar o sócio majoritário da maior varejista brasileira.

Até a véspera, a posição de chairman da Wilkes era ocupada por Abilio Diniz -que compartilha o comando da Wilkes com o Casino. Atual presidente do conselho do Pão de Açúcar, Diniz terá a opção de manter o cargo, conforme acordo de acionistas firmado em 2006, o que será votado em assembleia na tarde desta sexta-feira.

O grupo francês, entretanto, não assumirá a controladora do Pão de Açúcar de forma majoritária imediatamente. Pelo acordo, Diniz terá 60 dias para vender 2 por cento das ações que possui ao Casino, ficando com 48 por cento de participação na companhia.

Caso o empresário não se posicione até 22 de agosto, o Casino exercerá a opção de compra de uma ação ordinária da Wilkes, passando a ser o sócio majoritário do grupo.

Embora a troca de cadeiras já fosse prevista no acordo, a sociedade teve suas bases abaladas há cerca de um ano, quando Diniz tentou unir no Brasil o Pão de Açúcar às operações do Carrefour -arquirrival do Casino na França-, pisando no calo de Naouri.

O empresário francês chegou a abrir dois pedidos de arbitragem na Câmara Internacional de Comércio contra Diniz, classificando a tentativa de fusão como "uma transação hostil, resultado de negociações ilegais".

Diniz, por sua vez, sempre manteve a posição de que as negociações com o Carrefour não infringiram tal acordo.

A partir daí, o Casino apertou os passos rumo à tomada de controle do Pão de Açúcar, deixando claro não estar propenso a muitas negociações. Hoje, o Brasil é o principal mercado para o Casino depois da França, em meio à estratégia de crescer em países emergentes enquanto seu mercado doméstico é parte do cenário de crise econômica na Europa.

No final de julho de 2011, a varejista francesa informou que exerceria a opção para assumir o controle do Grupo Pão de Açúcar. Depois, pouco a pouco, passou a aumentar sua participação na empresa brasileira por meio da compra de ações preferenciais.


O Casino também deve ter a maioria dos representantes no conselho de administração do Pão de Açúcar.

Paira sobre o mercado, enquanto isso, a dúvida sobre o rumo a ser tomado por Diniz, que pode assumir um papel secundário na empresa fundada por seu pai e comandada pelo empresário brasileiro nas últimas décadas.

O francês Jean-Charles Naouri, nascido na Argélia e hoje com 63 anos, ingressou no setor varejista relativamente tarde.

Naouri iniciou a carreira em ministérios da França, como o de Finanças, antes de partir para o setor privado, em 1987, quando entrou no banco Rothschild. Pessoas próximas ao empresário o descrevem como uma pessoa perfeccionista, complexa e reservada.

As ações do Pão de Açúcar operavam em alta nesta sexta-feira e, às 14h03, subiam 1,17 por cento, a 74,37 reais, enquanto o Ibovespa caía 0,26 por cento.

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