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Na Uber, eles têm 82% dos cargos tecnológicos e elas ganham mal

Suas pares, Apple, Facebook e Google divulgaram participações maiores de mulheres em cargos técnicos

Uber: um relato de assédio sexual amplamente divulgado sacudiu o setor (Tyrone Siu/Reuters)

Uber: um relato de assédio sexual amplamente divulgado sacudiu o setor (Tyrone Siu/Reuters)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 25 de abril de 2018 às 18h44.

Última atualização em 25 de abril de 2018 às 18h46.

A Uber Technologies ampliou o número de mulheres que trabalham em cargos de tecnologia em 2,5 pontos percentuais no ano passado, mas ainda está atrás de seus pares do Vale do Silício.

A empresa com sede em São Francisco começou a divulgar dados sobre diversidade no ano passado depois que um relato de assédio sexual amplamente divulgado, escrito pela ex-engenheira de software Susan Fowler, sacudiu o setor. Em seu segundo balanço anual, a Uber anunciou, na terça-feira, que 18 por cento dos funcionários da empresa em cargos de tecnologia em todo o mundo são mulheres.

Apple, Facebook e Google divulgaram participações maiores de mulheres em cargos técnicos. A média de seus números é de 21 por cento.

O relatório da Uber, que revela salários baixos para mulheres e minorias, é o primeiro divulgado desde que Dara Khosrowshahi assumiu como CEO, em setembro. Ele prega uma mensagem de inclusão e diversidade, mas os dados mostram que a mudança na demografia tem sido lenta. Khosrowshahi ainda não contratou nenhuma executiva sênior que reporte a ele. Seus novos diretores de operações e jurídico são homens e ele escolheu Zane Rowe, da VMware, como principal candidato para chefiar o setor de finanças, noticiou a Bloomberg na semana passada.

“Meu foco na Uber não terá um empurrão. Meu foco é desenvolver as grandes mulheres que já temos na Uber e fazer com que se tornem mulheres excelentes na Uber”, disse Khosrowshahi, em conferência, neste mês.

No geral, as mulheres representam 38 por cento dos funcionários da empresa de carona compartilhada, 1,9 ponto percentual a mais que há um ano. Nos EUA e no Canadá, porém, a representação feminina diminuiu.

Assim como no restante do setor de tecnologia, brancos e asiáticos são predominantes na Uber. Juntos, os dois grupos representam 95 por cento dos executivos e 81 por cento dos funcionários. Apenas 2,8 por cento dos executivos da Uber nos EUA são negros. A primeira grande contratação de Khosrowshahi foi Tony West, um ex-funcionário do Departamento de Justiça e da PepsiCo, que é negro.

Em janeiro, a Uber nomeou Bo Young Lee como diretora de diversidade e inclusão. Ela reporta a Liane Hornsey, a chefe de recursos humanos. Lee reconhece que há muito trabalho pela frente.

“Tenho todos os motivos para acreditar que a Uber é capaz de evoluir e os colegas atestarão que posso ser incansável na busca por transformar organizações e responsabilizar líderes”, escreveu Lee em postagem de blog no LinkedIn, na semana passada. “Sou teimosa e só estarei satisfeita quando souber que transformei a Uber em um lugar no qual todas as pessoas se sentem mais legitimadas, vistas, valorizadas e incluídas.”

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