Eike Batista: o ex-bilionário teve a prisão decretada (Mario Anzuoni/Reuters)
Diogo Max
Publicado em 26 de janeiro de 2017 às 07h50.
Última atualização em 26 de janeiro de 2017 às 08h51.
São Paulo – A história da Lava Jato com Eike Batista, o ex-bilionário que já foi conhecido como o homem mais rico do Brasil, não é de hoje, quando a Justiça mandou a Polícia Federal (PF) prender o empresário.
A ironia do destino é que o ex-bilionário foi até a Força Tarefa da Lava Jato para delatar um dos homens mais importantes do governo do PT. Eike levou a Lava Jato ao encalço do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
Em maio do ano passado, ele entregou uma agenda supostamente comprometedora aos procuradores. Ela era um indício de que Eike falava a verdade: a agenda mostrava um pedido, no dia 1.º de novembro de 2012, de R$ 5 milhões para o PT.
Essa "solicitação" teria sido feita pelo ex-ministro ao empresário, para repassar ao marqueteiro João Santana, em uma conta secreta na Suíça.
Em setembro, a operação “Arquivo X” prendeu temporariamente Guido Mantega, que acompanhava a mulher em uma cirurgia em um hospital na cidade de São Paulo. A prisão, no entanto, foi revogada no mesmo dia pelo juiz Sérgio Moro, dada a repercussão negativa do caso.
Além da agenda com o registro do encontro oficial com Mantega, Eike entregou o registro do voo usado por ele para se deslocar até Brasília.
Mas esse primeiro encontro do ex-bilionário com a Lava Jato só aconteceu após Eike também ter sido citado em uma delação.
Eduardo Musa, ex-gerente da Diretoria de Internacional da Petrobras, área responsável pelo contrato, até 2009, e diretor da OSX na época do fato, apontou propinas e fraudes na licitação de duas plataformas.
O processo da P-67 e da P-70 foi vencido pelo Consórcio Integra Offshore, formado pela Mendes Júnior e OSX Construção Naval, antiga empresa controlada por Eike Batista. O valor do acordo era de US$ 922 milhões e foi assinado em 2012.