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Na Fiat, uma despedida para Cledorvino Belini após 44 anos

O executivo amistoso presidiu a montadora no Brasil por 11 anos, entre 2004 e 2015, período em que foi a maior vendedora de carros do país

Cledorvino Belini: ele deixa o grupo Fiat após 44 anos; executivo foi o responsável por fazer da montadora a líder de mercado por 11 anos (Germano Lüders/Site Exame)

Cledorvino Belini: ele deixa o grupo Fiat após 44 anos; executivo foi o responsável por fazer da montadora a líder de mercado por 11 anos (Germano Lüders/Site Exame)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2017 às 15h17.

Última atualização em 30 de junho de 2017 às 18h08.

Quase toda empresa tem aquele executivo que dispensa apresentações. Todos sabem da trajetória de Steve Jobs na Apple, da importância de Bill Gates na Microsoft e de Abilio Diniz no Grupo Pão de Açúcar, por exemplo. Nesta sexta-feira (30), a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) se despede de um de seus ícones. Cledorvino Belini, que trabalhou por 44 anos na companhia, anunciou sua aposentadoria e deixa a companhia.

O executivo de riso fácil e amistoso presidiu a montadora de veículos no Brasil por 11 anos, entre 2004 e 2015, período em que a montadora foi a maior vendedora de carros do país, sem perder o posto de líder por sequer um ano. Além disso, Belini exercia simultaneamente a presidência do Grupo Fiat para a América Latina.

Desde o final de 2015, Belini ocupava a posição de presidente de Desenvolvimento da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para a América Latina. Pouco tempo depois que a Fiat passou a ser FCA (em 2014), o executivo ficou com posições mais estratégicas e deixou de aparecer nos eventos do dia a dia da companhia.

Entre março de 2010 e abril de 2013, o executivo foi presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), comandando a indústria em seu período mais áureo.

Nos anos à frente da associação, Belini ganhou papel de destaque como interlocutor com o Governo Federal e conseguiu incentivos importantes para as montadoras, como a redução temporária de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), além da implantação do programa Inovar-Auto, que visa inovação tecnológica e proteção para o mercado nacional.

Aos 68 anos, Belini deixa a empresa, mas garante que esse é o início de mais uma fase em sua carreira profissional. O executivo continuará à frente de negócios próprios na área de investimentos e atuará como consultor e em Conselhos de Administração de empresas.

“Este é um momento natural na carreira de todo executivo. O importante é estar preparado para a nova etapa da vida profissional, em que podemos nos concentrar mais em assuntos estratégicos, sem tantas pressões no dia a dia”, diz Belini.

Ao mesmo tempo em que o executivo anuncia sua aposentadoria, a FCA se esforça para manter-se em posição de destaque no cenário nacional.

O sucessor de Belini na presidência, Stefan Ketter, já teve de lidar com a perda da liderança de mercado em 2015, após 14 anos de presença no topo.

Por ser FCA, a montadora ampliou o foco e a Fiat perdeu destaque nos últimos anos. Os holofotes foram direcionados para a Jeep, em especial com o lançamento do Jeep Renegade, em março de 2015, depois que a marca ganhou uma fábrica em Goiana (PE).

Mesmo com as atenções voltadas aos jeeps, Ketter afirmou em entrevista no início de 2017 que este “será o ano da Fiat”. A promessa parece estar em andamento.

Depois dos modelos Mobi e Toro em 2016, há pouco mais de um mês, a montadora anunciou o hatch Argo, que parte de 46,8 mil reais e chega para brigar com modelos como Chevrolet Onix e Hyundai HB20. O Argo foi lançado para assumir o posto do Palio na briga entre os mais vendidos.

O modelo era o segundo carro mais comercializado em 2015 e terminou 2016 na sexta posição. Enquanto isso, a montadora prepara mais um lançamento para esse ano e as especulações dão conta de que será um sedã.

No acumulado do ano até maio, a Fiat tem 13,3% de participação de mercado e ocupa a segunda posição, atrás da General Motors – com 17,7%. O desafio é se recuperar em um mercado que, em decorrência da instabilidade política e econômica, encolheu quase 50% nos últimos cinco anos.

Apesar do excesso de trabalho pela frente, o mercado começa a dar seus primeiros sinais de retomada com uma ligeira alta de 1,5% nas vendas do acumulado do ano em relação a 2016, segundo dados da Fenabrave. Sem Belini, a tarefa de reassumir o topo pode ficar ainda mais árdua.

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