Rony Rodrigues e Flavia Altheman, na sede da MGNT: quanto melhor a construção de marca, melhor a performance (Leandro Fonseca/Exame)
Diretor de redação da Exame
Publicado em 26 de maio de 2023 às 15h59.
Última atualização em 26 de maio de 2023 às 16h11.
Dados, dados e mais dados. A análise detalhada de milhões de informações e o protagonismo do marketing digital para atrair clientes viraram mantras do mercado corporativo nos últimos três anos. Vivemos a era dos leads. Empresas líderes não querem abrir mão do terreno conquistado em redes e buscadores, e os novatos investem pesado para roubar centímetros de terreno.
É neste cenário que nasce a Magenta (MGNT), uma agência independente, que ataca uma lacuna nesta ferrenha disputa. A ideia é resgatar o valor da comunicação e do branding, o posicionamento de marca. "Nosso papel é buscar o diferencial, a essência das marcas", diz Rony Rodrigues, sócio-fundador. "Até porque as empresas precisam ter o que comunicar com os pesados investimentos feitos em CRM e marketing digital".
A agência já nasce com 30 funcionários, instalados num charmoso sobrado do Baixo Pinheiros, região efervenscente de São Paulo. Além de Rodrigues, fundador da empresa de pesquisas Box1824, tem como sócios Flavia Altheman (ex-CMO da Via Varejo), e Felipe Luchi, Márcio Fritzen e Patrick Petry. Juntos, eles acumulam 45 leões em diversas categorias em Cannes e têm dezenas de prêmios ligados à inovação, diversidade e sustentabilidade.
Nos últimos 2 anos, este time se organizou para projetos que já fazem a nova empresa nascer com um portfólio de clientes. A MGNT criou a campanha de reposicionamento da XP e fechou um contrato de dois anos para atuar como a agência de comunicação da financeira. A MGNT também já atendeu marcas como Nespresso, Riachuelo, Amazon Music, Dr. Consulta, Bic, Olympikus, Ambev, Nestlé.
A cada um desses clientes, oferece um modelo de trabalho novo no Brasil, mas cada vez mais comum mundo afora. A empresa atua com grupos de trabalho que unem criativos, executivos dos clientes e pessoal de fora para, em até 10 dias intensivos, chegar a um resultado. Esses projetos de curto prazo são conhecidos como "sprints" ou "races".
"Com os sprints conseguimos customizar as estruturas de acordo com a demanda de cada cliente", diz Flávia, que deixou uma carreira de 30 anos em grandes empresas para ser a CEO da nova operação. "Esse modelo de trabalho também nos permite estar sempre conectados com as novidades. Sabemos, por exemplo, quem são os especialistas em inteligência artificial que podem ser convidados de acordo com as necessidades. A inovação acontece com conexões".
As revoluções trazidas pele ChatGPT e por outras novidades em inteligência artificial, na visão dos sócios, tendem a ressaltar a importância de projetos de comunicação. "Branding é a matriz. É a partir daí que algo pode ser programado", diz Rodrigues. “Não somos românticos, somos realistas. Não buscamos um retorno ao passado. Acreditamos que quanto mais construção de marca, quanto mais design, maior será a diferença na performance”.
Sob esta ótica, deixar a direção de arte na mão dos algoritmos ou da inteligência artificial não é a solução. Para Rodrigues e seus sócios, é preciso mensurar resultados para além do curto prazo, foco total das campanhas digitais que tomaram as redes e os buscadores nos últimos três anos. “Investimento pesado em marketing digital claro que faz diferença no curto prazo. Mas faz com que as empresas fiquem muito parecidas, os discursos se repetem. E no longo prazo, quem se diferencia?”, questiona o empreendedor.