São Paulo - Por conta da crise financeira, a TAM suspendeu temporariamente as atividades do Museu TAM, na cidade de São Carlos, no interior de São Paulo.
"Esta decisão está atrelada ao acirramento dos desafios econômicos do país, provocado pelo aumento da inflação e pela alta do Dólar em relação ao Real, resultando numa desaceleração do setor aéreo", disse a empresa em nota divulgada nesta segunda-feira (1).
As dificuldades econômicas levaram a companhia aérea a rever os gastos para manter o museu. Um estudo interno de viabilidade econômica será feito ao longo do ano. Até lá, o local permanecerá fechado ao público.
No comunicado, a empresa e que "tentou de todas as formas buscar alternativas para manter o espaço em funcionamento, mas infelizmente diante de um cenário econômico desafiador não foi possível".
Memória
Com cerca de 20.000 metros quadrados de área, o Museu TAM abriga mais 90 modelos de aviões, desde os pioneiros até os mais modernos, e relembra a história da empresa e de toda a aviação.
A entrada para visitação custava 25 reais.
Cenário ruim
Com boa parte dos custos em dólar e das receitas em reais, as companhias aéreas brasileiras têm sofrido com a volatilidade do câmbio. Além disso, a competitividade entre elas cresce enquanto a procura por viagens aéreas no país esfria.
De acordo com dados da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), a demanda por voos domésticos no Brasil teve o pior resultado anual desde 2003 e avançou apenas 0,8% em 2015, na comparação com 2014. A oferta cresceu um pouco abaixo disso, 0,7%.
O fator de aproveitamento (relação entre a oferta e a demanda) cresceu 0,06 ponto percentual, fechando o ano em 79,95%.
Na TAM, especificamente, a demanda por voos dentro do país caiu 10,60% em dezembro de 2015, frente ao mesmo mês do ano anterior.
Já a oferta teve uma queda 10,29% na mesma comparação. O fator de aproveitamento caiu 0,28 pontos percentuais e ficou em 81,78%.
De fato, em julho, a TAM anunciou que iria reduzir suas operações no mercado nacional em até 10%. O corte aconteceria de forma gradual, sem alteração no número de destinos oferecidos.
O time de funcionários da empresa também seria diminuído em 2%.
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1. Centro de treinamento
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São Paulo - Todos os 26.000 funcionários da
TAM, desde os comissários e pilotos até os atendentes dos aeroportos, já passaram por
treinamento na academia de serviços da empresa, em São Paulo, pelo menos uma vez. A estrutura fica no bairro Campo Belo, na zona sul da capital paulista, e ocupa uma área de 15.700 metros quadrados. Ela existe desde 2001 e conta com 19 salas de aula, um auditório e 9 laboratórios de tecnologia. Há ainda um ambiente que simula os guichês de aeroportos, um que simula os terminais de carga e outros dois que reproduzem
aviões. Lá, são ministrados cursos teóricos e práticos sobre serviços, segurança e outros temas. EXAME.com visitou o espaço para entender como os funcionários da companhia aérea são capacitados. Veja nas fotos.
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2. 1,8 milhão de horas
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Todos os dias, aproximadamente 900 funcionários são treinados na academia de serviços. Em 2014, foram 238.000 pessoas capacitadas, em mais de 1,8 milhão de horas de cursos. O único treinamento realizado fora do local é o de simulação de voo, para os pilotos, que ocorre em uma estrutura terceirizada.
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3. Avião adaptado
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Pode parecer surreal, mas existe um avião (ou melhor, parte dele) dentro do prédio da academia de serviços da TAM. Um modelo Fokker que seria devolvido ao fabricante foi adaptado pela companhia aérea para se transformar em uma estação de treinamento. Nela, são ministrados os cursos de segurança e emergência.
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4. 90 segundos
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4/14 (Luísa Melo/EXAME.com)
Os comissários são os responsáveis por garantir a segurança dos passageiros durante o voo e prevenir situações de risco. Eles são treinados para assegurar que ninguém a bordo fume, que os cintos de segurança estejam afivelados e que as bagagens de mão estejam no lugar correto, por exemplo. Em caso de emergência, não é diferente. Se acontecer algum acidente ou pouso forçado, a tripulação tem 90 segundos para evacuar todo o avião. Na foto, os comissários estão sendo capacitados para isso.
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5. Bote salva-vidas
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Na piscina, os comissários são treinados para retirar os passageiros do avião em caso de pouso na água. A escorregadeira inflável, usada na evacuação, se transforma em um bote. Os funcionários são preparados para manuseá-lo e soltá-lo para que ele não afunde junto com a aeronave.
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6. Todos juntos
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Os comissários também aprendem a instruir as pessoas a usar corretamente os coletes salva-vidas e a se manterem juntas até a chegada do resgate, caso o bote seja perdido. Eles são treinados ainda para salvar quem não sabe nadar, ou está desacordado.
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7. Kits de sobrevivência
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A tripulação faz ainda cursos de sobrevivência no mar, na selva, no gelo e no deserto. Para essas situações extremas, é preciso saber usar kits de itens básicos, como os da foto.
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8. Combate ao fogo
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Na área externa, os comissários aprendem, na prática, a combater incêndios.
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9. Acampamento na selva
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Eles também são treinados para construir acampamentos na selva, utilizando partes do avião. Todos os comissários precisam revalidar os treinamentos de emergência a cada 12 meses.
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10. Serviço de bordo
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Na academia de serviços da TAM, há ainda uma sala que reproduz o interior de um avião. É nela que os comissários aprendem a fazer o serviço de bordo da classe econômica e da executiva. Esse tipo de treinamento precisa ser refeito com menor frequência, a cada 4 anos e meio, porque, diferentemente do de emergência, aborda procedimentos realizados todos os dias pela tripulação.
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11. Check-in e atendimento
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Em um outro ambiente que reproduz o saguão de um aeroporto, os funcionários são treinados para fazer o check-in, emitir os cartões de embarque e atender os clientes, de forma geral. Lá, o fluxo de passageiros é simulado e os atendentes são preparados para recebê-los e despachar suas malas rapidamente – o ideal é que o tempo de espera na fila não ultrapasse 10 minutos. Depois de 14 dias de capacitação prática e teórica, o funcionário já pode começar a trabalhar no aeroporto, sob supervisão.
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12. Cargas e segurança
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Cada tipo de carga, desde animais até itens de limpeza, recebe uma classificação que determina a forma como ela deve ser transportada, por questões de segurança. Produtos radioativos usados em hospitais, por exemplo, só entram em uma parte específica do avião, envoltos em uma embalagem especial, e em determinadas quantidades. No espaço que simula os terminais de carga, os funcionários são treinados para identificar os produtos e reconhecer a sua classificação. Passam por esse tipo de capacitação não só os carregadores, mas também os tripulantes.
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13. Salas de aula
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Além das atividades práticas, diversos cursos teóricos são ministrados em salas equipadas com computadores. Na foto, pilotos fazem um treinamento sobre cargas. Há ainda diversas aulas que são ministradas online. Para as comissárias iniciantes, há, inclusive, cursos de padrão de maquiagem, cabelo e acessórios.
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14. Agora conheça a oficina de manutenção dos aviões da TAM
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14/14 (Luísa Melo/Exame.com)