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Na cidade de inovação, eles criaram uma operadora de telefonia que supera as gigantes do setor

A Vivavox, criada em Santa Rita do Sapucaí, detém 53% de participação no mercado de telefonia na cidade

Ulisses Andrade e Ricardo Landim, da Vivavox: vamos faturar R$ 11 milhões neste ano (Vivavox/Divulgação)

Ulisses Andrade e Ricardo Landim, da Vivavox: vamos faturar R$ 11 milhões neste ano (Vivavox/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 3 de agosto de 2024 às 13h34.

Última atualização em 5 de agosto de 2024 às 11h51.

DE SANTA RITA DO SAPUCAÍ - A uma distância de mais de 400 quilômetros de Belo Horizonte, a cidade de Santa Rita do Sapucaí, com seus pouco mais de 40 mil habitantes, produz muitas histórias de empreendedores. Conhecida como “Vale da Eletrônica”, a cidade reúne mais de 150 empresas de base tecnológica, entre elas 50 startups, que movimentam mais de R$ 3,2 bilhões por ano.  

O senso de inovação, embrenhado nos moradores da cidade, produz casos curiosos, como os aplicativos de mobilidade locais, que destronaram gigantes como Uber e 99

Situação similar acontece com a Vivavox, uma operadora de telefonia que domina o mercado local com 53% de participação, de acordo com dados da Anatel, a agência nacional que regula o setor. Deixa para trás gigantes do setor, dominado por operadoras como Claro, Vivo e Tim.  

Do VoIP à casa dos consumidores

A empresa foi criada por Ulisses Andrade e Ricardo Landim, dois engenheiros de telecomunicações formados no Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), centro de excelência na cidade mineira e por trás de tecnologias como o 5G e 6G. A terceira sócia é Isabelle Carvalho, que não participa da operação.  

Os dois se conheceram no instituto, fazendo monitoria da linguagem de programação  JAVA e integrando o centro de inovação. Antes da conclusão do curso, a Vivavox já estava de pé. Na época, em 2006, oferecia VoIP, tecnologia que permite que uma empresa realize ligações a partir de um computador, smartphone, tablet ou outro dispositivo conectado à internet.

“As empresas que ofereciam VoIP usavam redes dos Estados Unidos. Ou seja, a mensagem era enviada, ia para os Estados Unidos e depois retornava, o que gerava aquela demora na conversa. Decidimos criar nossa própria rede e vender para as empresas”, afirma Andrade.  

Do modelo dedicado puramente a empresas, a Vivavox avançou para os consumidores finais. Na base de clientes, conta com mais de 9 mil no total, considerando grandes empresas, pequenos negócios e residências. Nos pacotes para as pessoas físicas, os valores vão de R$ 99,00 a R$ 199,00, no pacote com 1 giga.

Entre as estratégias para construir marca e o valor do negócio, a Vivavox oferece wifi público em vários pontos da cidade. A iniciativa, que poderia fazer as pessoas optarem por não contratar o serviço, tem um resultado oposto, segundo Andrade, também responsável pela área comercial e de marketing. 

A expansão

“Na cabeça das pessoas, o Wi-Fi público é ruim. E a ideia que eu quero que o cliente tenha é que: se em uma praça da cidade com 15 mil pessoas, o trem está nesse nível, imagina na minha casa“, afirma.

Nos últimos anos, a Vivavox começou um processo de expansão para a vizinha Pouso Alegre, com uma população estimada em mais de 150 mil, quase três vezes maior do que Santa Rita.  

“Nós já fizemos todo o investimento em Pouso Alegre, cobrimos toda a cidade com infraestrutura, com fibra e o nosso objetivo é encher a rede agora”, diz Andrade. “Creio que em 4 anos, nós conseguiremos fazer isso e aí o nosso crescimento será exponencial”. A Vivavox tem 4% de participação na cidade. 

A empresa fechou o ano passado com faturamento de R$ 9 milhões e trabalha com a projeção de superar os R$ 11 milhões em 2024, crescimento na casa dos 22%.  

* O jornalista viajou a convite do HackTown

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