(Dylan Ellis/Thinkstock)
Karin Salomão
Publicado em 14 de outubro de 2019 às 08h00.
Última atualização em 14 de outubro de 2019 às 08h00.
A Black Friday de 2019 será maior, mais complexa e com maior integração entre os canais físicos e digitais. A conveniência, na hora de comprar, pagar e receber os produtos, também será mais importante nesta edição, em alguns casos até mais que o preço ou o tamanho dos descontos.
É o que mostra uma pesquisa encomendada pelo Google e realizada pela consultoria Provokers, ouviu 1.500 consumidores on-line de todas as regiões do país, em julho de 2019.
Google encomendou ainda para a Float/Quantas o estudo Consumers' New Shopping Experiences. A etapa qualitativa contou com seis especialistas de varejo e nove grupos de discussão em São Paulo. Já a fase quantitativa entrevistou mais de dois mil internautas das classes A, B e C nas cinco regiões do Brasil.
Os consumidores estão atrás de descontos, mais importante que a fidelização a uma loja. No ano passado, 71% dos consumidores fizeram uma compra em lojas diferentes do que costumam comprar e, em 2019, esse número sobe para 84%. Porém, somente 33% deles compraram em algum varejista que não conheciam ou nunca tinham ouvido falar na Black Friday 2018.
No entanto, o preço do produto tem uma importância menor este ano. Benefícios como condições de pagamento especiais e cupons ganharam relevância nesta edição e 54% dos fatores de escolha na hora da compra estão ligados à confiança e ao nível de serviço, e não ao preço.
No ano passado, condições especiais de pagamento ou parcelamento foram um fator decisivo para a compra para 41% dos consumidores. Serviços de assinatura foram importantes para 11% dos consumidores, cashback para 11% e possibilidade de acumular pontos em programas de fidelidade foi relevante para 10% dos consumidores ao realizar uma compra.
Cerca de 39% dos brasileiros consideram a opção de retirar na loja como muito importante na hora de escolher o varejista online. Além disso, 24% dos compradores do evento este ano ano esperam usar essa forma de entrega para suas compras online. Sete em cada 10 afirmam que o valor do frete é a maior razão de desistir de comprar on-line, assim como a demora na entrega.
A Black Friday de 2019 também será inédita: será o ano em que o número de compradores em lojas físicas deve se igualar ao online. Essa tendência, que já havia sido divulgada pela EXAME sobre uma pesquisa anterior do Google, é impulsionada pelos consumidores multicanal, que representarão 25% do total em 2019 versus 7% no ano passado. Cerca de 37% dos entrevistados declararam que irão comprar apenas em lojas físicas e 38% apenas pela internet.
A intenção de compra no feriado aumentou 58% em relação ao ano passado e o gasto médio dos consumidores será de R$ 1.330. Cerca de 69% já sabem que categoria irão comprar e só esperam a data para isso.
A Black Friday já é conhecida por 99% dos internautas, que estão mais preparados para a data. A preparação antecede a data. 79% dos consumidores sempre pesquisam antes de comprar e 24% dos consumidores declaram continuar pesquisando mesmo após realizar a compra.
A pesquisa é essencial para garantir a melhor oferta. Cerca de 60% dos consumidores ficam chateados quando perdem alguma promoção ou desconto, mesmo sendo de algo que não estavam planejando comprar. 65% dos consumidores dizem que quanto mais pesquisam, menos culpa ao comprar sentem.
Os consumidores também esperam promoções mais duradouras: 76% acredita que a data promocional vai além da última quinta e sexta-feira do mês de novembro, podendo abranger a semana inteira ou até todo o mês de novembro.
Além dos dias de promoção, a quantidade de produtos com descontos também aumentou. Se antes os consumidores buscavam principalmente smartphones, eletrônicos e os segmentos de moda e beleza, hoje estão atrás de mais categorias. A média de intenção de compra é de 6,5 categorias por consumidor, enquanto em 2018 eram apenas 3,9 categorias.
A intenção de compra cresceu principalmente em categorias inusitadas, como veículos, com aumento de 300%, planos de celular, com alta de 250%, imóveis, com crescimento de 200% e alimentos, alta de 150% em intenção de compra.