B3: "A blindagem que estamos fazendo é a da transparência" (Arthur Nobre/Divulgação)
Reuters
Publicado em 9 de agosto de 2017 às 21h33.
São Paulo- Executivos da Petrobras e do Banco do Brasil defenderam nesta quarta-feira que as empresas estão mais protegidas contra uso político do governo.
Ao selarem a adesão das empresas ao programa de governança de estatais da B3, os chefes das companhias revelaram que subsidiárias também participarão da iniciativa, diante dos esforços para reconquistar a confiança de investidores.
"A blindagem que estamos fazendo é a da transparência e a blindagem da transparência explicita movimentos inadequados, de maneira que hoje a gente tem uma relativa tranquilidade de que aquele passado, da forma como ele aconteceu, não ocorre mais", disse o presidente do conselho de administração da Petrobras, Nelson Carvalho.
Tanto Carvalho como o presidente-executivo da petroleira, Pedro Parente, salientaram que vêm implementando medidas que dificultam a tomada de decisões individuais por parte de executivos da empresa, e dão mais poderes a executivos com perfil mais técnico.
A companhia anunciou em junho planos para aderir ao Nível 2, segmento da bolsa que exige presença obrigatória de membros independentes no conselho de administração e que as empresas listadas abram mão da Justiça para resolver disputas societáriase submeterem-se a arbitragem.
Já o presidente-executivo do BB, Paulo Caffarelli, disse que três dos sete membros do conselho de administração do banco são independentes.
Caffarelli adiantou também que a BB Seguridade, negócio de seguros e previdência controlado pelo BB, também vai aderir ao programa de governança das estatais da B3 em setembro.
Por sua vez, a Petrobras anunciou que sua subsidiária BR Distribuidora, que pode realizar ainda neste ano sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), também deve participar do programa.
O programa de governança de estatais surgiu na esteira de uma série de críticas de investidores minoritários, de que empresas de capital misto estavam sendo usadas pelo governo federal para fins políticos, como o tabelamento de preços dos combustíveis vendidos pela Petrobras e a entrada da Eletrobras em leilões de energia com ofertas consideradas excessivamente baixas.
O secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento, Fernando Antonio Ribeiro Soares, disse que todas as 48 empresas diretamente controladas pelo governo federal devem estar aderentes à chamada nova lei das estatais, que estabelece critérios mínimos para nomeação de conselheiros e administradores, como a exigência de ficha limpa, de conhecimento do tema afim da empresa e ausência de conflitos de interesses.