China: Huang está tentando conquistar como clientes “o máximo possível” das 70 milhões ou 80 milhões de pequenas empresas da China (Qilai Shen/Site Exame)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2017 às 16h42.
Xangai/Pequim - MYbank, o banco chinês criado há dois anos que já tem como clientes 3,5 milhões de pequenas empresas, pretende aprofundar-se em um segmento há muito tempo evitado pelos maiores bancos do país.
MYbank quer aproveitar suas conexões com a Alibaba Group Holding, do bilionário Jack Ma, oferecendo empréstimos aos mais de 10 milhões de pequenos comerciantes que utilizam as plataformas de comércio eletrônico da companhia, disse o presidente do MYbank, Huang Hao, em entrevista no dia 29 de junho. Ant Financial, afiliada financeira da Alibaba, possui 30 por cento do banco virtual.
Huang está tentando conquistar como clientes “o máximo possível” das 70 milhões ou 80 milhões de pequenas empresas da China, cuja maioria não tem acesso a empréstimos bancários por falta de garantia.
O MYbank foi um dos primeiros bancos chineses — junto com o WeBank, da Tencent Holdings — completamente estabelecidos com investimento privado, conforme um programa de teste revelado em 2014.
“Estamos em um estrato diferente dos bancos tradicionais”, disse Huang, 43, que anteriormente foi diretor de banco eletrônico do China Construction Bank.
“Somos como capilares que chegam a todas as partes da sociedade. Pode ser um restaurante pequeno ou uma barraquinha de café da manhã: nenhuma outra instituição financeira teria lhes atendido antes.”
Antigamente conhecido como Zhejiang E-Commerce Bank, o MYbank conseguiu mais que quadruplicar os empréstimos concedidos até 2016, levando o montante que lhe é devido a 33 bilhões de yuans (US$ 4,9 bilhões).
Os juros gerados por esses empréstimos ajudaram o MYbank a registrar 316 milhões de yuans em lucros no ano passado, uma recuperação em relação ao prejuízo de 69 milhões de yuans que teve nos últimos sete meses de 2015 após iniciar suas operações, de acordo com um relatório de resultados publicado em 28 de junho.
Sua taxa de empréstimos em atraso ficou em torno de 1 por cento, disse Huang, menos que a média nacional, de 1,74 por cento.
A tecnologia do banco, que submete os pedidos de empréstimo a mais de 3.000 estratégias computadorizadas de controle de risco, manteve a inadimplência sob controle, disse ele.
No entanto, a explosão do crédito ocorrida no ano passado teve um preço e derrubou seu coeficiente de solvência para 11,07 por cento em dezembro, contra 18,51 por cento no ano anterior.
Embora não tenha nenhum plano imediato para reforçar seu colchão, o banco analisará medidas como a emissão de títulos lastreados por ativos a fim de manter o capital em um patamar adequado, disse Huang.
MYbank cobra às pequenas empresas que são clientes taxas de empréstimo anuais entre 5 por cento e 14 por cento, sendo que muitas pagam entre 7 por cento e 8 por cento, disse Huang. Esse patamar é mais baixo que as taxas pagas por uma clientela semelhante em algumas cidades chinesas.
Por exemplo, pequenas empresas na cidade de Wenzhou, no leste do país, pagaram em média uma taxa de 15 por cento por empréstimos obtidos com bancos clandestinos, de acordo com uma rede de empréstimos privados na cidade que monitora os dados.