O CEO da Tesla e fundador da Space X, Elon Musk (LightRocket/Getty Images)
Da redação, com agências
Publicado em 28 de abril de 2022 às 09h37.
Última atualização em 28 de abril de 2022 às 09h38.
O bilionário Elon Musk pode desistir de comprar o Twitter, de acordo com informações da agência Reuters. O motivo da desistência seria a desvalorização que a Tesla vem sofrendo desde segunda, 25, quando foi anunciada que a proposta foi aceita pelos acionistas da rede social.
A Tesla perdeu US$ 126 bilhões (R$ 627 bilhões) em valor de mercado no pregão de terça-feira, quando as ações da companhia fecharam em queda de 12,18%. A perda foi quase o triplo da oferta de US$ 44 bilhões pela rede social.
Segundo Natan Epstein, sócio da Catarina Capital, o medo dos investidores é que eles sejam forçados a vender ações da Tesla para pagar a aquisição. "Os investidores anteciparam esse movimento, buscando se desfazer das ações antes que o Elon Musk comece a oferta", explicou.
Caso o bilionário desista da compra de US$ 44 bilhões terá que desembolsar US$ 1 bilhão, de acordo com um documento detalhando a fusão. Musk concordou em comprar a empresa após uma breve negociação sobre outros assuntos além do preço, uma vez que o dono da Tesla deixou claro que a oferta de US$ 54,20 por ação era sua "melhor e final".
O Twitter detalhou alguns desses termos em um documento, incluindo que deveria a Musk US$ 1 bilhão se a empresa concordasse em ser vendida para outra pessoa ou se seus acionistas votassem contra o acordo. Musk deveria ao Twitter US$ 1 bilhão por vários motivos, incluindo se ele não conseguir fechar o acordo porque o financiamento - US$ 13 bilhões em dívidas, US$ 12,5 bilhões em empréstimos de margem e US$ 21 bilhões em capital próprio que ele planeja fornecer a si mesmo - não se concretizar.
O tamanho das taxas de desmembramento, em pouco mais de 2% do valor do negócio, é a média para transações semelhantes. Também chamadas de taxas de rescisão, as penalidades destinam-se a impedir que as partes quebrem acordos e trata das despesas e inconveniências de um acordo fracassado. A empresa de mídia social inicialmente resistiu ao avanço de Musk, mas quando ele conseguiu financiamento, tornou-se mais favorável.
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No fim de março, o CEO da Tesla e da SpaceX foi até a rede social perguntar aos seus mais de 80 milhões de seguidores, por meio de uma enquete, se eles acreditavam que o Twitter atendia os princípios de liberdade de expressão.
Após 70% responderem que não, Musk disse que considerava seriamente criar uma versão do Twitter em que "a liberdade de expressão tivesse prioridade máxima" e a "propaganda fosse mínima", como disse um usuário que foi respondido pelo bilionário.
Poucos dias depois, Musk revelou a compra de 9% de participação no Twitter, tornando-se o maior acionista da rede social.
Na sequência, o empreendedor apresentou a sua oferta "final" de US$ 43 bilhões no dia 14 de abril para comprar todas as ações em circulação no mercado.
O conselho da empresa inicialmente foi contrário à operação, mas o negócio ganhou novos contornos após Musk delinear seu plano de financiamento da aquisição na última quinta-feira, dia 21. Em documento enviado ao equivalente da Comissão de Valores Mobiliários nos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), Musk afirmou que tinha conseguido levantar quase U$ 46,5 bilhões para financiar a operação.
O bilionário disse ter compromissos com o banco Morgan Stanley para obter dois empréstimos, um de US$ 13 bilhões e outro de US$ 12,5 bilhões, além de destinar US$ 21 bilhões de sua fortuna pessoal para concluir a compra.
Com informações de Estadão Conteúdo.
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