O CEO da Tesla (TSLA34), Elon Musk (PATRICK PLEUL/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 26 de abril de 2022 às 10h02.
O bilionário Elon Musk conseguiu fechar um acordo com o Conselho de Administração do Twitter na segunda-feira para comprar a plataforma por cerca de US$ 44 bilhões, estabelecendo o maior acordo deste tipo (que envolve fechar o capital da empresa em Bolsa) em pelo menos duas décadas.
Mas, e agora? Quais serão os próximos passos para a conclusão do negócio?
Os questionamentos de políticos já começaram e a pressão por uma maior regulação das redes sociais provavelmente vai se intensificar.
O Twitter não é a maior plataforma social — tem mais de 217 milhões de usuários diários, em comparação com bilhões do Facebook e Instagram — mas teve um papel descomunal na formação de narrativas em todo o mundo.
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Líderes políticos o transformaram em um palanque, enquanto empresas, celebridades e outros o usaram para aprimorar imagens e ganhar dinheiro.
A aquisição de Musk atraiu preocupação sobre o fato de a pessoa mais rica do mundo ter o controle de uma plataforma de comunicação influente.
Polêmicas à parte, o Conselho do Twitter já aprovou o acordo por unanimidade. Confira os próximos passos para a conclusão do negócio:
Os acionistas ainda votarão se aceitam o negócio. A aquisição ambém será revista pelos órgãos reguladores. Mas, segundo especialistas, é improvável que as agências reguladoras e os órgãos antitruste bloqueiem a operação, pois não se trata da aquisição de uma empresa por sua rival, ou seja, um negócio que pudesse prejudicar a livre concorrência.
Espera-se que o acordo leve de três a seis meses para ser concluído, segundo o executivo-chefe do Twitter, Parag Agrawal. Ele disse aos funcionários da companhia que permaneceria em seu cargo pelo menos até o fechamento do acordo, segundo relatos internos. Agrawal também pediu aos funcionários que trabalhassem no Twitter "como sempre fizemos”.
Musk disse repetidamente que quer “transformar” a plataforma promovendo o que ele chama de mais liberdade de expressão (ou seja, menos moderação e remoção de conteúdo) e dando aos usuários mais controle sobre o que veem nela. Na segunda-feira, dono da Tesla e da SpaceX afirmou que se concentraria em “novos recursos, tornando os algoritmos de código aberto para aumentar a confiança, derrotando os bots de spam e autenticando todos os humanos”.
Executivos tentaram garantir aos funcionários que eles não seriam enganados pela aquisição de Musk. Agrawal disse a eles que suas opções de ações seriam convertidas em dinheiro quando o negócio for fechado. Os funcionários receberiam os mesmos pacotes de benefícios por um ano após a finalização do acordo, e não havia planos imediatos para demissões, acrescentou.
Os conservadores, que alegam ter sido injustamente silenciados pelas plataformas de mídia social, aplaudiram a notícia da compra do Twitter por Musk. Funcionários da rede social perguntaram a Agrawal se o ex-presidente americano Donald Trump, que foi banido do serviço após incitar a violência que culminou com a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro, por ter incitado a violência, seria aceito novamente na plataforma. Agrawal s esquivou, deixando a pergunta para Musk responder assim que assumir a empresa. Trump, por sua vez, disse à Fox News na segunda-feira que não voltaria ao Twitter mesmo que sua conta fosse reativada e continuaria postando em sua própria rede social, a Truth Social.
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