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App feito por brasileiros capta US$ 40 milhões em rodada Série A

A Music.AI, da Moises, continua crescendo nos Estados Unidos como uma das maiores plataformas para edição de voz

Sócios da Moises: empresa começou nos Estados Unidos em 2019 (Moises/Divulgação)

Sócios da Moises: empresa começou nos Estados Unidos em 2019 (Moises/Divulgação)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 11h59.

Última atualização em 22 de janeiro de 2025 às 15h02.

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A plataforma de inteligência artificial Music.AI, que nasceu da startup Moises, captou US$ 40 milhões em uma rodada Série A para expandir seus serviços.

A empresa, com sede nos Estados Unidos, evoluiu do sucesso da Moises. Criada por brasileiros, a startup nasceu em 2019 como um aplicativo de edição de música para o consumidor final.

Geraldo Ramos, cofundador e CEO da Moises, teve a ideia ao unir suas duas grandes paixões: tecnologia e música. Ele é baterista amador e, durante anos, sentiu falta de ferramentas que facilitassem o trabalho de músicos como ele.

Em 2019, após vender sua startup anterior, Ramos estava em busca de um novo projeto e percebeu que as soluções baseadas em inteligência artificial começavam a ganhar espaço, mas ainda estavam longe do "hype" atual. Aproveitando essa oportunidade, ele decidiu desenvolver uma tecnologia que ajudasse músicos diretamente.

A primeira ferramenta criada pela Moises foi uma tecnologia que separava instrumentos e vocais de músicas mixadas. O recurso permitia que usuários removesse a bateria ou o vocal, por exemplo, criando versões para karaokê ou para treinos musicais — algo que ele próprio gostaria de ter tido à disposição como baterista.

“Me ouço em todo lugar”: ela teve a voz vendida como se fosse de uma inteligência artificial

Batida diferente

Para atender ao mercado B2B, a Moises desenvolveu a Music.AI no final de 2023. A plataforma funciona como um hub de inteligência artificial para empresas.

Agências, marcas e até estúdios de cinema podem usar a plataforma para criar conteúdos personalizados. Por exemplo, uma agência pode usar o Voice Studio para achar a "voz perfeita" para um comercial, testando várias opções antes de contratar um locutor.

A empresa também trabalha com restauração de áudio, usando tecnologias avançadas parecidas com as que recriaram a voz de John Lennon no último single dos Beatles, “Now and Then”. O documentário "Elis e Tom", sobre os lendários Elis Regina e Antônio Carlos Jobim, também usou a tecnologia da Moises para conseguir gravações antigas numa qualidade máxima.

O investimento na Music.AI foi liderado por fundos como Monashees, Kickstart e Valutia, e o dinheiro será usado para melhorar a tecnologia e atender grandes clientes, como gravadoras, agências e editoras. A informação é do LinkedIn do presidente e cofundador, Geraldo Ramos.

Por que isso é importante?

Hoje, muita gente faz música e áudio usando apenas um notebook e softwares como ProTools e FL Studio. Isso é comum no estilo bedroom wave, onde artistas gravam sozinhos em casa. A Music.AI ajuda esses criadores, mas também resolve problemas de grandes empresas que precisam de soluções rápidas e eficientes.

Outro ponto forte da plataforma é a possibilidade de vocalistas ganharem dinheiro licenciando suas vozes para produtores e criadores de conteúdo. É uma forma ética e moderna de usar IA, evitando polêmicas como músicas falsas de artistas famosos.

O que vem pela frente?

Com mais de 80 funcionários espalhados por escritórios nos EUA, Europa e Brasil, a Music.AI tem planos ambiciosos. A plataforma já alimenta 1.700 aplicativos e processa mais de 1,2 milhão de minutos de áudio por dia.

O foco agora é crescer ainda mais no mercado corporativo e continuar desenvolvendo ferramentas que tornem a criação de música e áudio mais acessível. Segundo os fundadores, o objetivo é simples: criar o futuro da produção musical com tecnologia acessível e ética.

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