Eric Yuan, fundador do Zoom: presidente do aplicativo de conferências em vídeo ficou bilionário com a valorização das ações (Kena Betancur/Getty Images)
Carolina Ingizza
Publicado em 7 de abril de 2020 às 18h48.
Última atualização em 9 de abril de 2020 às 13h01.
O mundo tem 2.095 bilionários, segundo levantamento anual feito pela revista Forbes analisando dados até o dia 18 de março. Apesar da lista ter encolhido em relação a 2019, 178 pessoas ingressaram ao mundo dos bilionários. Os novatos no ranking trabalham em áreas como educação online, jogos digitais e beleza. Ao todo, concentram 369 bilhões de dólares.
Os novos bilionários são de 20 países diferentes. A China, pelo sexto ano seguido, tem o maior número de novos ricaços, com 80 pessoas ingressando ao ranking. Sozinhos, os novos bilionários chineses têm fortuna de 123 bilhões de dólares. Na sequência, aparecem os Estados Unidos, com 44 novos bilionários, seguido pela Índia, com 12. O Brasil ocupa a sexta posição, com quatro novos bilionários em 2020.
Só 19 dos 178 novatos são mulheres, como Qian Ying (1,4 bilhão de dólares), da Muyuan Foods, e Radha Vembu (1,2 bilhão), da companhia de software Zoho. Algumas das novas bilionárias herdaram suas fortunas de parceiros: Julia Koch (38,2 bilhões), junto com seus filhos, recebeu 42% das indústrias Koch depois que seu marido David Koch faleceu em agosto de 2019. MacKenzie Bezos, ex-esposa de Jeff Bezos, também ingressou ao ranking após receber um quarto da fortuna do ex-esposo no divórcio, ficando com 36 bilhões de dólares. Apesar disso, elas são minoria. 81% dos novos bilionários da lista construíram suas fortunas do zero.
Alguns dos novos bilionários criaram soluções que estão ajudando a sociedade em meio à crise do coronavírus. Um deles é Eric Yuan, que tem fortuna estimada em 5,5 bilhões de dólares. Ele é o fundador da plataforma de comunicações Zoom, que explodiu em número de usuários com a pandemia. As ações da empresa dobraram de valor entre 3 de janeiro e 18 de março. Como Yuan tem 46% das ações da empresa, viu seu patrimônio duplicar e passou a integrar o seleto grupo de bilionários.
Larry Xiangdong Chen também multiplicou seu patrimônio quando sua plataforma de educação online, a GSX Techedu, ganhou popularidade na China com a pandemia. Com a valorização das ações da empresa, Chen entrou na lista com uma fortuna estimada em 4,5 bilhões de dólares. O indiano Byju Raveendran (1,8 bilhão) também aproveita o sucesso de seu aplicativo de educação, o Byju’s, durante a crise. Normalmente, 1.000 horas de aulas e testes na plataforma custam 400 dólares, mas o serviço está gratuito em abril para ajudar estudantes que estão em casa. A companhia hoje tem 42 milhões de usuários registrados e é avaliada em 8 bilhões de dólares.
Mas os jovens não ocupam o tempo livre só com cursos online. Companhias de jogos também crescem e colocam seus fundadores na lista de bilionários. Dmitry e Igor Bukhman, os irmãos fundadores da companhia russa de games Playrix, por trás de apps como Homescapes e Fishdom, entraram no ranking este ano.
A quarentena também favoreceu empresas de cosméticos. Kim Jung-woong, da marca JM Solution, fundada em 2017 na Coreia do Sul, integrou o ranking em 2020 após a companhia vender mais de um bilhão de máscaras faciais, o que lhe garantiu um patrimônio de 1,1 bilhão de dólares. Outro bilionário do setor é Sun Huaqing, da companhia chinesa Guangdong Marubi Biotechnology, que tem fortuna estimada em 2,7 bilhões de dólares.