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Multinacionais priorizam tecnologia para ampliar eficiência

A crise política e econômica é outro elemento importante para a busca de ampliação de faturamento em mercados internacionais


	Mulher usa computador: além disso, a crise política e econômica é outro elemento importante para a busca de ampliação de faturamento em mercados internacionais
 (moodboard/Thinkstock)

Mulher usa computador: além disso, a crise política e econômica é outro elemento importante para a busca de ampliação de faturamento em mercados internacionais (moodboard/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2015 às 10h40.

São Paulo - Os principais motivos que levam as empresas brasileiras a adotar estratégias de internacionalização são a busca por tecnologias e recursos para aumentar a eficiência.

Estas são as principais conclusões da pesquisa "Competitividade das empresas multinacionais brasileiras" apresentada pelo Centro de Estudos em Competitividade Internacional da FGV EAESP, pela Escola Politécnica da USP (Poli/USP) e pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), nesta quinta-feira, 5, na capital paulista.

De acordo com o estudo, as empresas brasileiras buscam ter operações em outros países especialmente porque estão defasadas na comparação com companhias de mercados mais desenvolvidos e precisam garantir suprimentos para sua expansão, como mão-de-obra barata e fontes de financiamento mais vantajosas.

Além disso, a crise política e econômica é outro elemento importante para a busca de ampliação de faturamento em mercados internacionais.

A terceira edição do estudo aponta mudanças relevantes no conjunto das multinacionais do País, detalham os pesquisadores.

A maioria no grupo de companhias brasileiras atua no setor industrial, contudo, há um crescimento no setor de serviços.

"Apesar do número total de multinacionais brasileiras ser ainda modesto quando comparado a outros países, especialmente os desenvolvidos, a expansão observada parece revelar que essa é uma estratégia cada vez mais aceita pelo o empresário brasileiro", diz o relatório.

Ao todo, eram 44 em 2006, passaram a 95 em 2010 e chegaram a 210, em 2015. No setor secundário, a quantidade passou de 33 em 2006 para 120 em 2015 e no segmento terciário, o número de companhias multinacionais saltou de seis para 79 neste período.

Com base em respostas de 62 matrizes de multinacionais brasileiras, o estudo aponta que 42% dessas empresas consideram o acesso a tecnologias como um fator muito importante para o processo de internacionalização.

Em segundo lugar está o acesso a recursos para otimizar a eficiência, com 38% das respostas.

Por outro lado, entre os fatores menos relevantes, estão a proximidade de clientes e o acesso a mercados, listados como muito importantes por 10% e 8%, respectivamente.

Chama a atenção o fato de as empresas não listarem como prioridade relativa a ampliação de mercados consumidores como fonte de novas receitas e geração de caixa.

Segundo a pesquisa, as multinacionais brasileiras têm adotado uma posição cada vez mais forte no próprio setor de atuação.

Tal postura se distingue da adotada por multinacionais chinesas, por exemplo, que fazem aquisições para avançar em tecnologias e negócios nos quais não tinham experiência prévia.

Entre os estilos gerenciais das companhias brasileiras que atuam no exterior é nítida a ênfase em resultados e processos. Estes objetivos explicitam como os gestores coordenam os processos e as atividades de modo a garantir a eficácia organizacional e a competitividade das empresas ouvidas.

"Esse fato indica que os gestores tendem a focar, sobretudo, no atingimento de metas/resultados e, simultaneamente, na otimização de processos visando a eficiência organizacional", diz a pesquisa.

Estes dois aspectos se destacam em detrimento ao foco na inovação e na gestão dos talentos e relacionamentos da empresa.

"Trata-se de um perfil bastante alinhado com uma proposta de internacionalização que busca a exploração de novos mercados com expansão da receita, a redução de custos e a eficiência operacional na competição por preços e qualidade", observam os pesquisadores.

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