Repórter de Negócios
Publicado em 24 de setembro de 2024 às 15h54.
Tem mudança — significativa — no topo da lista das pessoas mais ricas do mundo.
Bernard Arnault, o fundador e CEO do conglomerado de bens de luxo LVMH, passou de pessoa mais rica do mundo para a quinta mais rica na lista atualizada em tempo real pela Bloomberg.
A queda acontece após uma desvalorização de 20% no preço das ações de sua empresa — resultando em um corte de 54 bilhões de dólares em seu patrimônio líquido, algo que na cotação atual, fica na casa de 300 bilhões de reais.
Dono de dezenas de marcas de prestígio, incluindo Moët Hennessy, Louis Vuitton, Dior, Givenchy e Fendi, Arnault tinha uma fortuna avaliada em cerca de 231 bilhões de dólares no final de março, ainda de acordo com a Bloomberg. Isso o colocou à frente do CEO da Tesla, Elon Musk, do fundador da Amazon, Jeff Bezos, e do CEO da Meta, Mark Zuckerberg, e no topo dos homens mais ricos do planeta.
Na segunda-feira, 23, a fortuna, porém, já estava avaliada em cerca de 177 bilhões de dólares.
Agora, Arnault está abaixo de cada um desses executivos, além do cofundador da Oracle, Larry Ellison.
Durante o primeiro semestre de 2024, a LVMH relatou uma queda modesta nas receitas , mas suas divisões de vinhos e destilados tiveram um desempenho pior, de acordo com a revista Fortune.
“Talvez a atual situação global, seja ela geopolítica ou macroeconômica, não leve as pessoas a se animarem e abrirem garrafas de champanhe”, disse Jean-Jacques Guiony, diretor financeiro da LVMH, durante a teleconferência de resultados da empresa no final de julho. “Eu realmente não sei. O fato é que nossos volumes caíram dois dígitos.”
Mas não é só a LVMH que tem passado por momentos difíceis no mercado atual. As receitas de luxo ficaram estáveis durante o segundo trimestre de 2024 para outras empresas também. Trata-se do crescimento mais lento em 15 trimestres, de acordo com uma nota do Bank of America sobre bens de luxo. A demanda se deteriorou durante julho, e agosto e setembro também desaceleraram. A Michael Kors, por exemplo, pertencente à Capri Holdings, viu a receita do primeiro trimestre cair mais de 14% em relação ao ano anterior.
Embora Arnault tenha perdido uma quantidade enorme de riqueza este ano como resultado das dificuldades do mercado de luxo, ele segue com um patrimônio líquido de 177 bilhões de dólares, algo na casa de 966 bilhões de reais na cotação atual. Ele ainda é mais rico do que os ex -CEOs da Microsoft Bill Gates e Steve Ballmer, bem como Warren Buffett, Michael Dell e o CEO da Nvidia, Jensen Huang.
Nascido em Roubaix, na França, em março de 1949, Arnault é filho de integrantes de grandes, indústrias da região e, por isso, desde adolescente que pegou paixão pelos negócios. Vindo de uma família rica, a educação do empresário foi de primeira classe, com passagens pelo liceu de Roubaix e o liceu de Faidherbe em Lille. Mais tarde, ele passou a estudar na Ecole Polytechnique, concluindo o curso de engenharia em 1971.
Aos 22 anos, Arnault deu início na sua trajetória profissional na Ferret-Savinel, empresa de manufatura do pai, onde permaneceu até 1984. Em seguida, ele resolveu empreender na holding Financière Agache. A partir desse momento, o empresário conseguiu fortalecer os negócios da Christian Dior, hoje expoente de seu conglomerado bilionário.
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Com isso, Arnault virou acionista do grupo LVMH e em 1990 passou a aumentar seu patrimônio ao incorporar outras marcas de luxo. Além das marcas já mencionadas e que fazem parte do LVMH, grupo que tem a Louis Vuitton como principal expoente, o empresário também comanda a Bulgari, a TAG Heuer, a Givenchy, a Kenzo, além das empresas de artigos de couro Céline, Loewe e Berluti, e o grupo DFS (a maior rede duty-free do mundo).
Além do lado empreendedor e apaixonado por artigos de luxo, Bernard Arnault é voltado à filantropia e às causas ligadas ao meio-ambiente. Por isso o bilionário criou a Fondation Louis Vuitton (2014), um museu de arte contemporânea no Bois de Boulogne, Paris, projetado pelo arquiteto canadense americano Frank Gehry.
Em 2019, ele doou aproximadamente US$ 11 milhões para ajudar no combate às queimadas na Amazônia. Arnault também foi ativo durante a pandemia de Covid-19, transformando parte de algumas de algumas instalações responsáveis pela fabricação de perfumes para a produção de 12 toneladas de álcool em gel, posteriormente doadas aos hospitais de Paris.
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