MRV: construtora e incorporadora informou nesta terça-feira que o lucro líquido entre janeiro e março foi de R$ 106 milhões (LEO DRUMOND)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2015 às 21h58.
Rio de Janeiro - A MRV Engenharia e Participações teve alta de 31 por cento no lucro líquido e a geração de caixa mais que dobrou no primeiro trimestre sobre o mesmo período do passado, mas o desempenho veio junto com um avanço de cancelamento de contratos de venda de imóveis no período e maiores gastos comerciais.
A construtora e incorporadora informou nesta terça-feira que o lucro líquido entre janeiro e março foi de 106 milhões de reais, ante 81 milhões no primeiro trimestre de 2014, e diante de uma estimativa média de analistas de 98 milhões de reais.
O lucro avançou com a melhora do resultado financeiro e melhoria das margens, apesar da queda das vendas e lançamentos no primeiro trimestre.
As vendas tiveram queda anual de 11,1 por cento enquanto os lançamentos recuaram 19,1 por cento no mesmo período. "As safras (de imóveis) mais antigas estão perdendo relevância... As safras mais novas têm margens melhores, são mais precificadas, o reflexo disso é o aumento na receita bruta", disse o copresidente da MRV, Rafael Menin, citando o aumento da margem bruta, que passou para 29,5 por cento ante 26,4 por cento um ano antes.
O resultado financeiro da MRV ficou positivo em 45 milhões de reais no primeiro trimestre ante dado positivo de 15 milhões um ano antes. A geração de caixa da MRV saltou a 147 milhões de reais ante 56 milhões no primeiro trimestre de 2014, mas na comparação com os três últimos meses de 2014 houve queda de 38 por cento.
Os cancelamentos de contratos (distratos) cresceram 33,5 por cento ano a ano, e 10,5 por cento sobre o quarto trimestre de 2014, encerrando março em 437,8 milhões de reais.
O aumento, segundo Menin, deu-se pelos contratos mais antigos, e não dos atuais. A companhia optou por acelerar os distratos e limpar este estoque antigo, afirmou.
A implantação do processo de vendas simultâneas (que condiciona venda de imóveis à aprovação do crédito pelo banco para o cliente) já chegou a 90 por cento das vendas em abril, e quando for totalmente implementado, os cancelamentos devem ficar abaixo de um dígito, disse Menin.
"Mas em 2105 vamos ver o distrato ainda elevado, ainda em linha com 2014", disse.
CORTE NO CRÉDITO
Sobre as restrições ao crédito imobiliário impostas pela Caixa Econômica Federal, Menin disse que o impacto é pequeno na MRV, que tem 83 por cento dos seus negócios voltados para recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), dentro do programa Minha Casa Minha Vida.
Os 17 por cento restantes são do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE).
Menin voltou a frisar que tem confiança de que a terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida será implementada em breve. A etapa foi anunciada em julho do ano passado pela presidente Dilma Rousseff, mas sem definição de detalhes.
Nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff voltou a afirmar que a terceira fase do programa está garantida, apesar dos cortes de gastos do governo por conta do ajuste fiscal.
"Quando a gente olha para o Minha Casa Minha Vida, o mercado continua comprador, continua bom", disse Menin, acrescentando que espera que o humor dos mercados encerre o ano melhor do que começou. "No segundo trimestre de 2015, a gente já deve ter uma despesa comercial mais baixa", disse, acrescentando que os gastos com comissão e esforços comerciais pesaram no primeiro trimestre, avançando 59 por cento sobre o mesmo período do ano passado.
A receita operacional líquida da MRV subiu 14,4 por cento ano a ano, encerrando março em 1,042 bilhão de reais.
Entre janeiro e março, o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 132 milhões de reais, estável sobre o mesmo período de 2014.