Automação na indústria: setor é responsável por 37% do uso da energia global e por 24% das emissões globais de CO2 (ABB/Divulgação)
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Publicado em 25 de maio de 2022 às 10h00.
Última atualização em 25 de maio de 2022 às 10h42.
Em 25 de maio é comemorado o Dia da Indústria. Ao longo da história, a data se tornou um marco importante para discutir o desenvolvimento econômico, industrial e social de todo o mundo, e também uma oportunidade para destacar algumas iniciativas, como o Movimento pela Eficiência Energética.
Liderado pela ABB, multinacional com sede em Zurique, na Suíça, e uma das empresas líderes globais em tecnologias nas áreas de eletrificação, robótica, automação e soluções de acionamentos, motores e geradores, o movimento defende com propriedade – e conhecimento de causa – quanto a adoção de tecnologias para eficiência energética é determinante para reduzir o uso de energia elétrica na indústria.
O alerta faz sentido. Atualmente, a indústria é responsável por 37% do uso da energia global e por 24% das emissões globais de CO2. E boa parte da eletricidade consumida (cerca de 45%) provém, justamente, do uso de equipamentos e sistemas elétricos necessários na operação da indústria.
“A estratégia de sustentabilidade 2030 da ABB é um compromisso da empresa em apoiar seus clientes na desafiadora tarefa de reduzir sua pegada de CO2 até 2030. Para que isso seja possível, é necessário um esforço que permita a redução anual de 100 megatons, o equivalente a retirar 30 milhões de carros a combustão das rodovias por ano”, conta Luciano Nassif, country holding officer da ABB.
Com uma tarefa tão desafiadora à vista, o principal desafio da ABB é ajudar seus clientes e parceiros comerciais a entender que é possível investir em eficiência energética com inteligência.
“Tanto o setor privado como o setor público têm um papel importante nesse contexto, já que a adoção de tecnologias de eficiência energética oferece rápido retorno de investimento ao mesmo tempo que reduzem as emissões de CO2”, completa Nassif. “O resultado que a eficiência energética traz é bom para os negócios e para o meio ambiente.”
Apesar dos números, o que sabemos é que algo precisa mudar. Estima-se que até 2050 a população mundial aumentará para 9,7 bilhões; em 2019 totalizava 7,7 bilhões. Espera-se que a economia global mais que dobre ao longo deste mesmo período.
A urbanização, a automação e o aumento dos padrões de vida irão contribuir para um aumento na demanda por energia. Atualmente, mais da metade da população mundial vive em cidades e centros, e as Nações Unidas projetam que a população urbana aumentará em cerca de 68% até 2050.
Ou seja, se continuarmos fazendo negócios da mesma forma como vem sendo feito, essa escala de expansão irá acelerar as mudanças climáticas.
“Para proteger o meio ambiente sem diminuir o crescimento econômico, nós precisamos redobrar nosso compromisso em reduzir o consumo de energia e os recursos naturais. E a indústria tem um papel fundamental nesse contexto”, avalia Nassif.
Além dos aspectos diretamente associados à redução de emissões de CO2, o investimento em eficiência energética tem papel decisivo em outros aspectos ligados à competitividade de todo negócio, como os custos com energia.
Pesquisa da CNI realizada no último trimestre de 2021 mostrou que, para 24,7% das empresas consultadas, os elevados custos com energia estavam entre as principais dificuldades para a retomada da atividade naquela ocasião.
A resposta a esse desafio está na integração de conhecimento e práticas já tradicionais, por exemplo, a utilização de fontes e processos renováveis de geração com a eficiência e precisão das soluções de digitalização. Isso significa investir em modernização, por meio de sistemas digitais que permitem o controle de utilização e geração de energia, ou seja, operar de forma mais eficiente, com menor custo de energia e menor pegada de carbono.
No campo da digitalização, há muitas oportunidades por meio de equipamentos modernos que consomem menos energia, mas, principalmente, em tecnologias de monitoramento e gerenciamento de energia por meio de inteligência artificial.
Vivemos diante de uma realidade bastante desafiadora que requer medidas enérgicas e eficazes para afastar riscos de desabastecimento e racionamento de energia. Mas momentos desafiadores como este podem representar uma oportunidade para a promoção e a transformação a partir de uma conscientização de todos no consumo energético.
Os efeitos da redução do consumo seriam potencializados com ações objetivas e sustentáveis da indústria no investimento em soluções e equipamentos com maior eficiência energética.
Isso significa aumentar o desempenho e a eficiência de uma operação produtiva, ao mesmo tempo que se reduz a pegada de carbono por meio de sistemas inteligentes de distribuição, monitoramento e controle de energia, softwares integrados à produção, utilização de motores elétricos de alta eficiência e sensores que permitem informação precisa para a tomada de decisões importantes, além de células robóticas que permitem segurança, agilidade e produtividade, e tantas outras soluções fundamentais para a transição digital da indústria.
Enquanto a cultura digital vai sendo fortalecida no meio industrial brasileiro, soluções de mercado com alta tecnologia se tornam acessíveis no Brasil.
A ABB entrega tecnologia base para os diversos processos de digitalização, mas também desenvolve um ecossistema de profissionais com elevado nível prático e de conhecimento nessas tecnologias, e os compartilha com o mercado.
Portanto, o Movimento pela Eficiência Energética vem no momento certo para estimular a reflexão e, mais do que isso, apontar os caminhos para que a indústria e a sociedade como um todo caminhem rumo à eficiência energética. “Nossa iniciativa tem esse nome justamente porque requer a articulação e participação ativa de todos”, complementa Nassif.