São Paulo - Para os restaurantes de São Paulo, a Copa do Mundo não tem sido motivo de comemoração. O investimento em garçons bilíngues, cardápio incrementado, TVs e telões teve como retorno, até agora, um baixo movimento. "Está terrivelmente fraco e estão todos preocupados, porque os nossos custos continuam", diz Marcelo Fernandes, dono de cinco restaurantes na capital paulista.
A queda da clientela nos estabelecimentos do empresário foi, em média, de 50%. Ontem, ele optou por manter o Attimo - seu restaurante de cozinha contemporânea - fechado o dia inteiro. O Clos de Tapas, de gastronomia ibérica, ele só abriu para o jantar porque havia uma reserva. Entre seus empreendimentos, apenas a Mercearia do Francês mantém o movimento.
Para Arri Coser, proprietário da churrascaria NB Steak e do restaurante Maremonti, o problema está na queda do turismo de negócios. O recuo no faturamento de seus seis restaurantes na capital foi de 30% em junho. Em dia de jogo do Brasil, chegou a 60%.
O que evitou prejuízos do grupo no último mês foram as três unidades do NB em Porto Alegre. Lá, o incremento foi de 50% no mês. "Quem está só em São Paulo apanhou", diz. A situação na capital, segundo Coser, faz lembrar a Olimpíada de Londres, outra cidade em que o turismo de negócios é forte. "Os restaurantes de lá também perderam receita durante o evento."
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) divulgou recentemente que a expectativa do segmento é faturar R$ 12 bilhões durante a Copa do Mundo - e São Paulo seria responsável por 30% desse montante. Na Copa das Confederações, a receita ficou entre R$ 8 bilhões e R$ 9 bilhões.
Esse incremento, no entanto, deverá beneficiar principalmente os bares. A entidade diz que o faturamento nesses estabelecimentos cresce 30% em dia de jogos de outros países e entre 70% e 80% durante as partidas do Brasil.
Motivos
As férias escolares e a opção por ver o jogo em casa ou em boteco estão entre as razões para a ausência dos clientes nos restaurantes, afirma o gerente da churrascaria Angélica Grill, João Peduto. "Além disso, muitos estrangeiros desistiram de vir para o Brasil por conta das manifestações. E muitos dos que vieram têm pouco dinheiro para gastar", diz.
Peduto conta que os 500 almoços que havia vendido a agências de viagem acabaram virando 300 em razão da desistência dos turistas. O faturamento do restaurante, no bairro Santa Cecília, caiu 40% em junho. Em período de férias, a queda usual é de 15%. O restaurante investiu em telões e incrementou a carta de vinhos para a Copa.
Na região da Avenida Paulista, em particular durante os jogos do Brasil, o vazio foi visível. Só cerca de 20 mesas, entre as 108 do America, estavam ocupadas. "Na hora do jogo o normal é ter duas mesas", disse um funcionário. O restaurante está cercado por empresas, que dispensaram funcionários nos últimos dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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1. Copa!
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1/8 (Alexandre Loureiro/Getty Images for adidas)
São Paulo – Daqui pouco menos de um mês, um dos eventos mais esperados do mundo irá começar: a
Copa do Mundo no Brasil.
Empreendedores e pequenos empresários podem aproveitar o período do evento para faturar mais. De acordo com o Sebrae, as micro e
pequenas empresas devem faturar 500 milhões de reais com a Copa. Para Mark Paladino, sócio do Instituto Aquila, consultoria em gestão avançada, é um pouco tarde, mas ainda dá tempo de planejar uma ação para o evento. “As empresas podem direcionar sua estratégia para absorver os turistas que estarão na cidade. Criar alguns eventos festivos de celebração, antes ou durante dos jogos”, explica. A recomendação para quem já se preparou e tem muita expectativa para faturar durante o próximo mês é clara: não deixe de monitorar. “Tem que ter uma gestão eficiente, acompanhar os resultados e observar a performance diariamente”, ensina Paladino. Veja seis exemplos de empresas de setores diversos que estão prontas para a Copa do Mundo no Brasil.
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2. Terraço Itália
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2/8 (Divulgação/Terraço Itália)
Um dos principais pontos turísticos do centro de São Paulo, o Terraço Itália atrai pela sua história e pela possibilidade de ver a capital do alto. André Marques, gerente geral do Terraço Itália, conta que o espaço recebe muitos eventos corporativos e que algumas empresas vão aproveitar a Copa para relacionar-se com seus clientes. Assim surgiu a ideia de um camarote para assistir aos jogos da Copa do Mundo no Bar do Terraço Itália. Cada ingresso custa 151 reais e dá direito a alguns petiscos. O local preparou ainda coquetéis inspirados em países do mundial. De acordo com Marques, a preparação para o evento inclui um reforço da equipe nos horários dos jogos e a instalação de telões e uma sonorização adequada. Até agora, o jogo que tem mais reservas é o do dia 23 de junho, entre Holanda e Chile. A expectativa é faturar 25% mais.
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3. Pub Crawl São Paulo
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3/8 (Divulgação/Pub Crawl São Paulo)
Os horários em que serão transmitidos os jogos da Copa do Mundo não serão o foco da estratégia do Pub Crawl São Paulo, que oferece tours gastronômicos e em baladas pela cidade. “Vamos focar na torcida”, resume Kyu Bill, um dos cinco sócios da empresa. “A cidade é a principal porta de entrada de turistas e é uma cidade sede. Vai ter um clima festivo, movimentação, e esse clima vai se estender fora dos jogos”, conta. A equipe dobrou, passando a 40 pessoas e, desde ano passado, a marca tem diversificado seus produtos. Os tours variam de 20 a 95 reais por pessoa. O faturamento esperado até o final do ano é de 1 milhão de reais, o dobro do ano passado. Hoje, a empresa trabalha com até sete eventos semanais. Bill explica que a alta temporada da empresa coincide com os meses do mundial. O Pub Crawl São Paulo espera atender, em média, cinco mil pessoas nesse período.
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4. Vuvuzela do Brasil
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4/8 (Divulgação/Vuvuzela do Brasil)
O e-commerce Vuvuzla do Brasil começou suas operações no ano passado e a ideia de criar o negócio surgiu quando Eduardo Sani, consultor de marketing digital, estava preparando uma apresentação. “Ninguém vendia vuvuzela ainda no mercado e vi que o volume de pesquisas ainda era alto. Pesquisei e vi que não tinha nenhum site do tipo”, resume. Ele se uniu ao empreendedor Vinícius Prado Ramos e investiu 20 mil reais. A Copa das Confederações foi o teste da empresa e eles venderam 1,4 mil vuvuzelas. A estratégia da dupla é de investir em mídia online e anúncios no Google e Facebook. Além disso, a marca fez uma parceria com lojas físicas em São Paulo para vender produtos por consignação. No site é possível comprar não só vuvuzelas, mas também camisetas, perucas e cornetas. A maior demanda vem de empresas que estão comprando os produtos para ações de marketing. Nos próximos três meses, a expectativa é de faturar 180 mil reais. Mesmo após a Copa, o site estará no ar, pois os empreendedores querem aproveitar as Olimpíadas de 2016.
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5. Lush Motel
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5/8 (Divulgação/Lush Motel)
Com a possível falta de hospedagem, o Lush Motel criou um formato especial para turistas, com cobrança por diária. Felipe Martinez, diretor de marketing da empresa, explica que o objetivo não é disputar com os hotéis, pois algumas regras do motel serão mantidas, como a proibição do acesso a menores de idade. “É voltado casais que buscam hospedagem, mas com um pouco de privacidade”, explica. O valor de uma diária varia de 360 reais a 1,5 mil reais, com café da manhã incluso. Até agora, foram confirmadas 37 reservas de estrangeiros. Durante a Copa, a fachada do motel será iluminada nas cores verde e amarelo e os chinelos também terão com o tema do evento. Além disso, a marca investiu em uma versão do site em inglês e contratou um professor de inglês para treinar a equipe. O investimento foi de 50 mil reais e a expectativa da empresa é que o faturamento cresça 10% em junho.
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6. Amazonas Brands
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6/8 (Divulgação/Amazonas Brands)
A Amazonas Brands faz parte do Grupo Amazonas e firmou a parceria com a FIFA para desenvolver as sandálias oficiais da Copa do Mundo. A marca tem um mix de 39 chinelos especiais para o evento. Os modelos são inspirados no mascote oficial, o Fuleco, nas bandeiras de algumas seleções que participarão do mundial, na taça e nas cidades sedes como o Rio. A expectativa de vendas é de 1 milhão de pares e o aumento de produção foi de 28%. Os chinelos podem ser encontrados nas lojas oficiais da FIFA e os preços partem de 29,90 reais.
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7. Seven Idiomas
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7/8 (Divulgação/Seven Idiomas)
Fundada em 1987, a Seven Idiomas é especializada no ensino do inglês e espanhol. Em 2012, a marca desenvolveu um curso pensando nos eventos como Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olímpiadas. De acordo com o CEO da empresa, Steven Beggs, as aulas foram pensadas para que os alunos aprendessem estruturas essenciais para se comunicar com turistas e situações que cada tipo de profissional terá que vivenciar. A empresa treinou cerca de 500 pessoas, como os funcionários do Airport Bus Service. A carga horária do treinamento é de 100 horas e o curso custa, em média, 2 mil reais por aluno. A abordagem das aulas depende das necessidades da empresa contratante.
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8. Agora, veja mais sobre empreendedorismo
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8/8 (Buda Mendes/Getty Images)