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Mosaic prevê melhorar logística com ativos da Vale Fertilizantes

"Estes ativos dentro do Brasil são uma grande vantagem em termos de logística", disse o presidente da Mosaic Fertilizantes no Brasil

Mosaic: com a compra de ativos da Vale Fertilizantes, a Mosaic avalia que deixará de ser apenas uma distribuidora para os consumidores finais (Bloomberg/Jim Stem)

Mosaic: com a compra de ativos da Vale Fertilizantes, a Mosaic avalia que deixará de ser apenas uma distribuidora para os consumidores finais (Bloomberg/Jim Stem)

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Reuters

Publicado em 19 de dezembro de 2016 às 20h46.

São Paulo - A Mosaic espera beneficiar-se de uma logística mais barata e mais rápida com a produção de fertilizantes nas minas que deve adquirir da Vale, em um negócio de 2,5 bilhões de dólares anunciado nesta segunda-feira, disse o principal executivo da companhia norte-americana no Brasil.

"Estes ativos dentro do Brasil são uma grande vantagem em termos de logística. Vamos conseguir atender os pedidos 'just in time'", disse o presidente da Mosaic Fertilizantes no Brasil, Floris Bielders, referindo-se a um modelo de distribuição sincronizado com a produção.

A Mosaic adquiriu minas de fosfato e fábricas de fósforo e ácido sulfúrico da Vale Fertilizantes, com capacidade de produzir 4,8 milhões de toneladas de fertilizantes fosfatados e 500 mil toneladas de fertilizantes de potássicos.

Atualmente, a Mosaic --como a grande maioria do setor-- precisa comprar no exterior boa parte dos fertilizantes que mistura e vende aos agricultores brasileiros.

O país importa cerca de 70 por cento de todos os fertilizantes que utiliza, principalmente por restrições na disponibilidade de jazidas minerais.

As companhias demoram meses entre o momento do pedido de um carregamento de fertilizantes, sua importação, preparação e entrega.

Com a compra de ativos da Vale Fertilizantes, a Mosaic avalia que deixará de ser apenas uma distribuidora para os consumidores finais e passará também a ser uma fornecedora atacadista para outras companhias de mistura de fertilizantes, além dela própria.

Bielders disse que a Mosaic não espera aumentar de maneira significativa sua fatia de mercado na distribuição final de fertilizantes no Brasil, que é de 5,6 milhões de toneladas por ano, em um mercado que movimentou 30,2 milhões de toneladas em 2015.

Atualmente, a líder de mercado na distribuição de adubos no Brasil é a Yara, com fatia de 25 por cento do mercado.

"A nossa participação no mercado não vai mudar muito", afirmou o executivo da Mosaic. "Não existe sobreposição entre as duas operações. Haverá sinergias."

Por isso, ele acredita que não haverá dificuldades em aprovar o negócio junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que monitora a concorrência no Brasil.

Atualmente, a previsão das empresas é de que este processo seja concluído ao final de 2017, com a aprovação no Cade e outros reguladores.

A Mosaic estima que depois da conclusão da aquisição irá se tornar a maior empresa de fertilizantes do Brasil, incluindo produção e distribuição.

Segundo Bielders, a nova operação brasileira irá superar a da América do Norte, onde estão suas maiores minas, colocando o Brasil como o principal mercado da companhia, em termos de volumes movimentados.

Vale sócia

O acordo de aquisição dos ativos de fertilizantes prevê que a Vale receberá 1,25 bilhão de dólares em dinheiro e 1,25 bilhão de dólares em ações ordinárias a serem emitidas pela Mosaic.

Com isso, após o fechamento, a Vale teria aproximadamente 11 por cento das ações em circulação da Mosaic.

A Mosaic disse que isso colocará a Vale como sua maior acionista individual.

O negócio excluiu unidades da Vale em Cubatão (SP), que deve ser retirada da operação da Vale Fertilizantes antes do fechamento do acordo.

Questionado sobre o motivo da exclusão destes ativos, Bielders respondeu que foi uma decisão da Vale.

"Foi uma escolha da Vale. Eles decidiram não vender", disse o executivo.

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