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Joseph Safra, bilionário fundador do Banco Safra, morre aos 82

Safra morreu de causas naturais, aos 82 anos; era o brasileiro mais rico, com fortuna estimada em cerca de 90 bilhões de reais

Joseph Safra em aparição em exposição em 2011: filantropo e grande incentivador da cultura no país (Fábio Guinalz/Fotoarena)

Joseph Safra em aparição em exposição em 2011: filantropo e grande incentivador da cultura no país (Fábio Guinalz/Fotoarena)

DG

Denyse Godoy

Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 09h23.

Última atualização em 10 de dezembro de 2020 às 12h33.

Morreu nesta quinta-feira (10) Joseph Safra, o fundador do Banco Safra, aos 82 anos, de causas naturais. Deixa a mulher, Vicky, com quem se casou em 1969, os filhos Jacob, Esther, Alberto e David, e 14 netos.

Joseph, ou "seu José", como era chamado pelos mais próximos, era o bilionário brasileiro mais rico, com uma fortuna estimada em 17,6 bilhões de dólares (89,8 bilhões de reais segundo a taxa de câmbio de hoje) pela agência de notícias Bloomberg. No ranking mundial, ficava na posição 101.

Nascido em Beirute, no Líbano, Joseph emigrou para o Brasil na década de 1960, após estudar na Inglaterra e trabalhar em bancos na Argentina e nos Estados Unidos. Seguiu o seu pai, Jacob, que veio para o país logo após a Segunda Guerra Mundial.

O sepultamento será realizado hoje, às 13h, no Cemitério Israelita do Butantã, apenas para familiares e amigos próximos.

"Sempre foi um marido e pai muito carinhoso e se preocupava com todos. Adorava brincar com os netos, sempre contando histórias de seus antepassados, transmitindo valores, tradição e cultura", disse, em comunicado à imprensa, o Grupo Safra. "Homem afável e perspicaz, dedicou sua vida à família, aos amigos, aos negócios e às causas sociais. Viveu uma vida exemplar, simples e reservada, sem ostentação, longe da exposição geral. Sempre dizia ter muito orgulho da cidadania brasileira e de torcer pelo Corinthians. Apoiou inúmeras causas sociais, religiosas e culturais, tais como a construção e reforma de hospitais, creches, museus e templos religiosos de todas as fés."

Entidades e empresas do setor financeiro lamentaram a morte de Joseph.

"É com muito pesar que recebemos a perda de Joseph Safra. Figura emblemática do setor bancário no país, descendente de banqueiros e com visão estratégica sobre o país, Joseph Safra foi também um exemplo como empresário e filantropo. Sua contribuição para escolas, museus e instituições, não só no Brasil, quanto em outros países, é marcante", disse a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em comunicado. "O legado de sua atuação no desenvolvimento da economia nacional ficará sempre marcado na história do Brasil, país que ele adotou 58 anos atrás."

História

Joseph era desdecente de uma família de judeus com negócios no setor financeiro e raízes em Alepo, na Síria, onde seu pai Jacob nasceu. Lá, em meados de 1800, a casa bancária Safra & Frères fazia câmbio de moedas de países da Ásia, Europa e África.

A história da família no Brasil começou em 1953, quando Jacob e seu filho mais velho, Edmond (irmão de Joseph), chegaram ao país atraídos pelo crescimento econômico e governo estável da época. O Grupo Safra nasceu em 1967, com a compra do Banco Nacional Transatlântico, que foi renomeado como Banco de Santos. Em 1972, após a aquisição de outras instituições financeiras, virou Banco Safra, controlado pelos irmãos Edmond, Moise e Joseph. Em 2006, Joseph comprou a parte do irmão Moise, unificando as instituições financeiras que os dois tinham.

A partir de 2010, os filhos de Joseph começaram a tomar a frente do grupo. David, que liderava as áreas de banco de investimentos e pessoa física, entrou para o conselho de administração do conglomerado, enquanto Jacob assumiu os negócios fora do Brasil.

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