Eduardo Coutinho (CEO da Montreal) e Vinícius Marcílio (head de Corporate Venture Capital da Montreal Ventures), da esquerda para a direita (Montreal)
Repórter
Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 09h53.
Última atualização em 21 de janeiro de 2025 às 10h43.
Desde que a tecnologia é tecnologia, as empresas precisam acompanhar como ela evolui e quais as melhores práticas para melhorar processos e reduzir custos. Há 38 anos no mercado, a carioca Montreal Informática trabalha para solucionar qualquer problema com tecnologia.
De sistemas para identificação civil e criminal a ferramentas que automatizam a gestão de fornecedores, a empresa com sede no Rio de Janeiro entrega soluções sob medida para problemas que impactam diretamente a operação de governos e grandes corporações, como ANS, ANP, Santander e Bradesco.
"Nossa capacidade de adaptar soluções complexas a diferentes setores é o que nos diferencia", diz Vinícius Marcílio, head de inovação.
As ferramentas abrangem áreas essenciais, como biometria, computação em nuvem e conformidade, transformando processos que antes eram manuais e vulneráveis em operações seguras, ágeis e escaláveis.
Com uma receita operacional líquida de R$ 463 milhões em 2023, a Montreal registrou um crescimento de 22,07% em relação ao ano anterior. Esse desempenho garantiu seu lugar entre as dez maiores do ranking EXAME Negócios em Expansão, na categoria de empresas com faturamento entre 300 e 600 milhões de reais.
A história da Montreal começou como um desdobramento da Montreal Engenharia, uma das maiores empresas de engenharia do país nos anos 1970. Na época, a companhia utilizava supercomputadores como IBM e Univac para processar internamente folhas de pagamento e cálculos de engenharia.
Essa divisão tecnológica foi o embrião da Montreal Informática, criada por um grupo de funcionários. Com o tempo, os fundadores perceberam que a infraestrutura de tecnologia que tinham poderia ser monetizada e oferecer serviços de processamento para outras empresas. Essa mudança estratégica permitiu que a Montreal atendesse, na década de 1980, quase todo o mercado bancário no processamento de contratos de crédito imobiliário.
Esse foi um marco, especialmente pela complexidade das regras econômicas brasileiras da época, como inflação e planos econômicos. A experiência da ex-Datamec Ângela Alvarenga, que trouxe sua experiência na Caixa Econômica, foi essencial nesse processo, de acordo com Eduardo Coutinho, presidente da Montreal.
Quando a Montreal Informática se tornou independente da Montreal Engenharia, após um buyout dos sócios originais, a empresa ampliou sua atuação para oferecer mais ferramentas. Um exemplo é o sistema de identificação civil e criminal do Detran-RJ.
"Criamos uma plataforma única no país, que integra dados de segurança pública de mais de 20 órgãos", diz Coutinho. Hoje, o sistema processa dados de 20 milhões de pessoas, conta com mais de 10 mil usuários cadastrados e provê um portal de segurança pública sem precedentes no Brasil.
Outro caso emblemático foi o projeto desenvolvido para a Cemig, no qual a empresa criou uma plataforma de onboarding e conformidade de fornecedores, que trouxe agilidade e segurança jurídica à estatal mineira.
"Automatizamos desde o cadastro até a análise contínua de conformidade, mitigando riscos trabalhistas e tributários. Isso permitiu maior controle e eficiência em todas as etapas", afirma Coutinho.
O crescimento da Montreal está fundamentado na personalização de tecnologias para atender aos desafios de cada cliente.
Com mais de 3.000 colaboradores diretos e 500 parceiros, a empresa atende demandas que variam de service desk a sistemas avançados de identificação digital.
Além disso, a Montreal aposta em inovação com o modelo de Corporate Venture Capital, por meio da Montreal Ventures. A iniciativa destina R$ 30 milhões a startups iniciantes, focadas em GovTech, Inteligência Artificial e Internet das Coisas.
"Queremos acelerar soluções disruptivas que complementem nosso portfólio e criem pontes para o futuro", afirma Coutinho.
O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses.
Em 2024, a pesquisa avaliou as empresas brasileiras que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2023.
A análise considerou os negócios com faturamento anual entre 2 milhões e 600 milhões de reais.
Após uma análise detalhada das demonstrações contábeis das empresas inscritas, a edição de 2024 do ranking foi lançada no dia 24 de julho. São 371 empresas de 23 estados brasileiros que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros.