Siemens: empresa anunciou nesta quarta um resultado sólido no primeiro trimestre, com uma pequena queda de 3% ao ano de seu resultado líquido (Krisztian Bocsi/Bloomberg)
AFP
Publicado em 5 de fevereiro de 2020 às 16h55.
A polêmica decisão da Siemens de fornecer material ferroviário para construir uma imensa mina de carvão na Austrália chegou nesta quarta-feira (5) à junta de acionistas, com manifestantes pedindo à empresa alemã que se retire do projeto.
A Siemens havia anunciado nesta quarta um resultado sólido no primeiro trimestre, com uma pequena queda de 3% ao ano de seu resultado líquido, a 1,089 bilhão de euros.
No entanto, as cifras ficaram em segundo plano enquanto os manifestantes se concentravam na porta do pavilhão de Olympiahalle, em Munique, onde se celebra a junta de acionistas.
Cerca de cem pessoas já estavam no local desde cedo pela manhã, algumas formando uma corrente humana.
Na terça-feira, o Greenpeace colocou um cartaz na sede da Siemens em Munique com a frase "Os incêndios começam aqui" e "#StopAdani", em referência à companhia indiana que lidera o projeto.
"Continuaremos protestando enquanto a Siemens não recuar", disse Helena Marschall, uma das representantes do movimento de protesto, em uma coletiva de imprensa na terça-feira.
Marschall deve falar nesta quarta-feira com a junta de acionistas, enquanto no exterior se prepara uma manifestação contra a companhia para que "abandone o carvão".
Após várias semanas de polêmica, o diretor executivo da Siemens, Joe Kaeser, decidiu finalmente manter um contrato acordado com o grupo indiano Adani, que construirá a mina Carmichael, situada no estado australiano de Queensland.
O país tem sofrido nos últimos meses uma onda de incêndios sem precedentes, atribuídos pelos cientista às mudanças climáticas, provocadas, entre outros fatores, pela queima de carvão.
O contrato implica que a Siemens fornecerá material de sinalização ferroviária para esta enorme mina ao ar livre, situada não muito distante à Grande Barreira de Coral.