Eike Batista, presidente do grupo EBX, controlador da mineradora MMX
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2010 às 16h50.
São Paulo - Os resultados do terceiro trimestre da MMX deixaram seus executivos eufóricos. Pudera. A mineradora do Grupo EBX, de Eike Batista, teve lucro líquido recorde de 85,8 milhões de reais no período -- o maior desde a criação da empresa em 2005 -- um valor 127,9 milhões de reais acima do prejuízo registrado no segundo trimestre do ano e 113 milhões de reais a mais do prejuízo verificado no terceiro trimestre de 2009.
As boas cifras deram novo ânimo à empresa. “Nós vamos continuar a crescer por meio de aquisições, parcerias e joint-ventures”, afirmou Roger Downey, presidente da MMX, em teleconferência de resultados, sem dar mais detalhes das futuras operações. “Assim vamos reforçar a força de nossa companhia.” Seguindo a estratégia da empresa, a aquisição do Superporto Sudeste, que atualmente pertence à LLX, contribuirá para a expansão da capacidade instalada do Sistema Sudeste. A estratégia de crescimento da MMX passa pela expansão das operações, desenvolvimento dos projetos Bom Sucesso e Chile e também por aquisições de novas áreas para a extração de minério de ferro.
Crescimento sustentado
Além do apetite por outras empresas anunciado por Downey, há outra estratégia. "Esperamos a aprovação do spin off do Superporto Sudeste pela CVM", adianta. Segundo Downey, os resultados foram beneficiados pelo bom momento do mercado. No trimestre, a MMX produziu 1,9 milhão de toneladas de minério de ferro, volume que representou um novo recorde da companhia. Esse desempenho foi 26% maior que o verificado no terceiro trimestre de 2009. "Pelo menos metade de nossas operações estão com contratos de longo prazo (20 anos), o que beneficia a companhia", afirma. "Nossa previsão de volumes para 2011 deve ficar maior do que este ano por conta do aumento de capacidade de nossas fábricas."
Neste ano, a MMX deverá investir cerca de 130 milhões de reais em ampliação de sondagem, aquisição de equipamentos e licenciamento nas Unidades Serra Azul e Bom Sucesso. Entre janeiro e setembro, a companhia já investiu 48 milhões de reais, concentrados em melhorias nas plantas de beneficiamento da Unidade Serra Azul.
A companhia está conduzindo negociações para captar funding. Assim, em 2015, a MMX deverá atingir capacidade instalada de 45,8 milhões de toneladas, sendo 33,7 milhões de toneladas no Sistema Sudeste (23,7 milhões de toneladas na Unidade Serra Azul e 10 milhões de toneladas na Unidade Bom Sucesso), 10 milhões de toneladas no Chile e 2,1 milhões de toneladas no Sistema Corumbá.
Pontos fracos
Downey afirma que os esforços estão concentrados em consolidar o Complexo de Serra Azul (MG). As paradas da unidade diminuíram a produção em 2.100 toneladas de minério -- uma perda de 15 milhões de reais aproximadamente.
A MMX encerrou o terceiro trimestre com uma dívida de 235,3 milhões de reais. Em comparação com o trimestre passado, houve um salto de 15,4%. Apesar de a empresa ter quitado parte de suas dívidas do Complexo Serra Azul, adquiriu os 60% restantes da empresa GVA por 84 milhões de reais.