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Ministério Público alemão investigará ex-presidente da Volks

A firma, que tem doze marcas, instalou esse sistema fraudulento em onze milhões de veículos, incluindo 2,1 milhões em carros da marca Audi


	Nuvens carregadas são vistas sobre um símbolo Volkswagen: o escândalo provocou a renúncia do presidente da VW Martin Winterkorn, que agora é objeto de diligências judiciais na Alemanha
 (Getty Images)

Nuvens carregadas são vistas sobre um símbolo Volkswagen: o escândalo provocou a renúncia do presidente da VW Martin Winterkorn, que agora é objeto de diligências judiciais na Alemanha (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2015 às 17h33.

O Ministério Público da Alemanha abriu uma investigação contra o ex-presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn, pelo escândalo dos motores adulterados, que nesta segunda-feira continuou derrubando as ações da fabricante na Bolsa de Frankfurt.

O governo alemão solicitou à Volkswagen (VW) que apresente antes de 7 de outubro um plano de medidas com um calendário detalhado para um plano de medidas com um calendário detalhado para remediar os problemas do software de falsas medições de poluição instalado em seus motores a diesel.

A firma, que tem doze marcas, instalou esse sistema fraudulento em onze milhões de veículos, incluindo 2,1 milhões em carros da marca Audi e 1,2 milhão de unidades da tcheca Skoda, segundo informaram essas companhias.

Dos 2,1 milhões de Audi, aproximadamente de 1,4 milhão foram destinados ao mercado europeu, incluindo 577.000 para a Alemanha, e 13.000 para o mercado americano.

À noite, um porta-voz da área de caminhões leves da Volkswagen anunciou ao jornal Hannoverschen Allgemeinen Zeitung que 1,8 milhão de seus caminhões estão implicados.

Na sexta-feira, a Volkswagen começou a revelar o número de veículos da marca VW afetados (5 milhões). Após os anúncios dessa segunda-feira, resta identificar cerca de 900.000 veículos com motores adulterados.

Winterkorn investigado

O escândalo provocou a renúncia do presidente da VW Martin Winterkorn, que agora é objeto de diligências judiciais na Alemanha.

"O Ministério Público de Brunswick (norte) abriu uma investigação contra Martin Winterkorn (...) por denúncias de fraude na venda de veículos com valores de emissões [poluentes] falsificadas", afirmou a instituição em comunicado.

Winterkorn foi substituído na sexta-feira passada por Michael Müller, ex-presidente da Porsche (outra das marcas da VW), que deverá lidar com a pior crise do VW desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

O caso estourou há apenas dez dias nos Estados Unidos, onde a firma é alvo de várias denúncias coletivas.

Veículos da imprensa alemã asseguraram no fim de semana que o software de falsas medições de poluição teria sido concebido pelo fornecedor de equipamentos Bosch para realizar testes, mas que ao colocá-lo à disposição da Volkswagen em 2007 lhe teria advertido de que seu uso era ilegal.

Essas revelações provocaram nesta segunda-feira uma nova queda das ações da Volkswagen na Bolsa de Frankfurt, de 7,46%, a 99,30 euros, Na semana passada, em cinco sessões houve uma desvalorização de 34%.

Vários países, na América, na Europa e na Ásia, abriram investigações ou anunciaram inspeções de carros do grupo.

Na Espanha, uma organização próxima à ultra direita, Mãos Limpas, que foi demandante em diversos casos de corrupção, apresentou uma denúncia contra três filiais da VW no país - Audi, VW Navarra e Seat - por prejuízos aos interesses dos consumidores, fraude e danos ao meio ambiente.

Os custos diretos e indiretos do escândalo são difíceis de avaliar.

A VW já separou 6,5 bilhões de euros para enfrentar as operações de adequação dos motores às normas legais, uma quantia que para os analistas do banco ING será suficiente. Já o banco alemão DZ acredita que o valor pode ser curto, faltando entre 1 bilhão e 3 bilhões de euros.

A VW também poderá receber possíveis multas nos Estados Unidos -que podem chegar aos 18 bilhões de dólares- e o impacto da crise em suas vendas na Europa.

Contudo, o que parece certo é que as finanças da VW -uma empresa com 600.000 funcionários no mundo todo e um volume de negócios de 200 bilhões de euros- serão seriamente afetadas por uma forte crise de imagem.

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