Cemig: estado de Minas Gerais detém 51 por cento da companhia elétrica (Divulgação)
Reuters
Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 11h25.
Última atualização em 31 de janeiro de 2017 às 12h00.
São Paulo - O governo de Minas Gerais não tem planos de vender a participação que detém na elétrica Cemig, na qual é controlador, como condição para se juntar ao programa federal de alívio de dívida, afirmou uma fonte com conhecimento direto do assunto.
Segundo a fonte, que pediu anonimato devido à sensibilidade do tema, o governo mineiro quer que parte dos 92 bilhões de reais que a União deve ao Estado na forma de isenções de impostos sobre exportação sejam devolvidos a Minas Gerais no caso de adesão ao programa federal.
A revista Época publicou na segunda-feira, sem citar fontes, que o Ministério da Fazenda deverá exigir privatização da Cemig para socorrer o governo de Minas.
Mas venda da participação de 51 por cento detida pelo Estado na Cemig não parece factível neste momento porque a companhia passa atualmente por uma reestruturação drástica que envolve a venda de ativos não essenciais, disse a fonte.
"O Estado não vai aceitar a privatização da Cemig como uma pré-condição de acesso ao programa de alívio de dívidas", disse a fonte.
A Cemig é a terceira maior elétrica do Brasil. A empresa não respondeu imediatamente a pedidos de comentário.
O Ministério da Fazenda também não respondeu imediatamente.
Atualmente Minas Gerais deve 70 bilhões de reais ao governo federal, e o custo do serviço da dívida tem pesado para o Estado em meio à queda das receitas devido à maior recessão já vista no Brasil e à derrocada dos preços de minérios e metais entre 2014 e o início de 2016.
O Estado decretou "calamidade financeira", e o governador Fernando Pimentel (PT) tem entrado em conflito com outros acionistas da Cemig sobre os meios para conseguir reduzir a enorme dívida da elétrica, que chegou a 16,3 bilhões de reais.
No mês passado, o governo mineiro realizou mudanças no comando da Cemig para acelerar os desinvestimentos em ativos vistos como não essenciais para a elétrica, como subsidiárias de telecomunicações e de tecnologia da informação.