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Para reduzir metano, JBS aposta em suplemento alimentar criado pela DSM

Governo federal assinou, na COP26, um compromisso para reduzir em 30% a emissão do gás, cujo maior emissor nacional é a cadeia bovina

Fazenda de gado: demanda por regularização foi maior que a esperada (Reprodução/Getty Images/Getty Images)

Fazenda de gado: demanda por regularização foi maior que a esperada (Reprodução/Getty Images/Getty Images)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 4 de novembro de 2021 às 10h23.

Última atualização em 12 de novembro de 2021 às 14h46.

De Glasgow, Escócia

A JBS, maior produtora de proteína animal do mundo, e a DSM, que atua na área de nutrição e biociência, irão desenvolver em conjunto um projeto para reduzir as emissões de gás metano na cadeia bovina. A parceria foi assinada nesta quinta-feira, durante a COP26, Conferência do Clima da ONU, que acontece até o fim da próxima semana em Glasgow, na Escócia.

O ponto focal da parceria é o Bovaer, um suplemento nutricional desenvolvido pela DSM que promete reduzir em 90% as emissões entéricas de metano (também conhecidas como arroto) dos bois. A DSM vem trabalhando nesse desenvolvimento há 10 anos, e já realizou 45 testes de longo prazo em fazendas de 13 países.

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¨Esse acordo abre caminho para a produção de carne de baixo metano, o que é importantíssimo¨, disse à EXAME o presidente da JBS, Gilberto Tomazzoni. ¨A cadeia bovina pode se tornar carbono positivo.¨

Na quarta-feira, 3, o Brasil aderiu a um compromisso global para reduzir as emissões de metano em 30% até 2030. Mais de 100 países assinaram o documento. O metano é um gás altamente poluente, responsável por 17% das emissões mundiais de gases de efeito estufa. Embora essa redução esteja prevista na NDC brasileira (meta de redução de emissões estabelecida por cada país no Acordo de Paris), não era esperado que o Brasil participasse da iniciativa.

O motivo é a complexidade de lidar, justamente, com a cadeia bovina. O rebanho comercial brasileiro é o maior do mundo, e o país é líder em exportações de proteína bovina. O compromisso, no entanto, não é juridicamente vinculante.

Apesar de ser emitido em quantidades muito menores que o CO2, o metano é 28 vezes mais potente para esquentar o planeta.

"Por outro lado, sua permanência na atmosfera é muito menor, enquanto o carbono permanece durante centenas de anos, o metano desaparece dentro de duas décadas. Por isso, a diminuição das emissões de metano é entendido como uma estratégia relativamente rápida para a redução das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera) . Sua emissão se dá pela agropecuária, manejo de resíduos e produção de combustíveis fósseis", diz Talita Assis, cientista à frente do projeto A Amazônia em Exame.

Segundo as estimativas do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa) a principal fonte de emissão de metano no Brasil é a fermentação entérica, conhecida como arroto do boi, que foi responsável por 64,6% das emissões do setor de agropecuária e 17% das emissões totais de gases de efeito estufa no Brasil em 2020.

Exame na COP

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) é um tratado internacional com o objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.

Uma das principais tarefas da COP é revisar as comunicações nacionais e os inventários de emissões apresentados por todos os países membros e, com base nessas informações, avaliar os progressos feitos e as medidas a serem tomadas.

Para além disto, líderes empresariais, sociedade civil e mais, se unem para discutir suas participações no tema. Neste cenário, a EXAME atua como parceira oficial da Rede Brasil do Pacto Global, da Organização das Nações Unidas.

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