Caminhões: o segmento vendeu de janeiro a outubro 61,3 mil caminhões, ante 111,2 mil em igual período do ano passado (Krisztian Bocsi/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2015 às 07h41.
São Paulo - As fabricantes de caminhões Volvo e DAF anunciaram nesta segunda-feira, 9, reajustes de preços para seus produtos, num momento em que o mercado de veículos pesados registra queda de 45% nas vendas em relação a 2014.
A Volvo aumentou seus preços em 8% há duas semanas e fará novos reajustes trimestrais a partir de abril.
"Se não fizermos isso vamos prejudicar toda a cadeia produtiva e os funcionários", disse o diretor comercial da Volvo, Bernardo Fedalto, durante evento na Fenatran (feira do transporte), no Anhembi, em São Paulo.
Segundo Fedalto, a marca acumula 15% de aumento de custos com matérias-primas, dólar, energia e pessoal "e precisa reequilibrar sua balança, porque está muito negativa".
O presidente da DAF, Michael Kuester, também anunciou aumentos de 8% a 10% para janeiro. MAN, Mercedes-Benz e Scania também já haviam divulgado reajustes de 5% a 10% nas últimas semanas.
O segmento vendeu de janeiro a outubro 61,3 mil caminhões, ante 111,2 mil em igual período do ano passado.
Esvaziado
Num evento esvaziado pela ausência dos principais expositores - nove das 11 fabricantes de caminhões preferiram abrir mão do evento por motivos de economia em tempos de crise -, a 20ª edição da Fenatran foi aberta ao público ontem e ocorre até sexta-feira.
Entre fornecedores de componentes, serviços e implementos, os organizadores do evento, que é anual, informam que há mais de 300 expositores.
A DAF, que inaugurou fábrica em Ponta Grossa (PR) em 2013, investiu R$ 60 milhões para iniciar neste mês a montagem local de motores da marca, até agora importados da Holanda.
A fábrica tem capacidade para produzir 10 mil veículos anualmente, mas apenas 450 devem deixar a linha de montagem neste ano e cerca de 1 mil em 2016.
"Prevemos um mercado igual ao deste ano, mas vamos aumentar nossa participação", afirmou Kuester.
A Volvo também opera com ociosidade e dará feiras coletivas aos funcionários por cinco semanas a partir de 9 de dezembro, duas a mais que no ano passado.
No fim deste mês 600 trabalhadores retornam do período de seis meses de lay-off e a empresa ainda avalia medidas a serem adotadas para evitar excesso de pessoal.