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Mercedes piora problema da poluição do ar em Hong Kong

Hong Kong tem o terceiro maior número de veículos por quilômetro de rua e a frota da Mercedes é a mais vendida


	Mercedes-Benz Classe E: esse foi o modelo de carro mais vendido em Hong Kong em 2012 e custa a partir de 512.000 dólares 
 (NetCarShow.com)

Mercedes-Benz Classe E: esse foi o modelo de carro mais vendido em Hong Kong em 2012 e custa a partir de 512.000 dólares  (NetCarShow.com)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2014 às 14h23.

Hong Kong - Hong Kong é um dos melhores lugares do mundo para fazer negócios. Desde que você não respire.

O ar tóxico causou 3.279 mortes prematuras no ano passado na cidade cujo nome significa “porto aromático” em chinês, contribuindo com mais de 5,5 milhões de visitas médicas na metrópole de 7,2 milhões de habitantes, segundo um índice desenvolvido pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong.

Um aumento de 35 por cento nos registros de carros privados na última década está confundindo os legisladores, que querem um ar mais limpo sem as restrições a licenças e pedágios urbanos impostos pelos centros financeiros rivais de Londres e Cingapura. Mesmo outras cidades chinesas como Pequim e Xangai estão tentando reduzir a poluição limitando o número de veículos.

“Hong Kong sempre atraiu os melhores e mais brilhantes talentos de todo o mundo. Hoje, contudo, os principais talentos internacionais precisam avaliar o lado negativo dos riscos à saúde associados à qualidade ruim de seu ar”, disse Peter Levesque, presidente da Câmara Americana de Comércio da cidade. “Isso é ruim para os negócios e ruim para Hong Kong”.

A poluição do ar contribuiu com 39,4 bilhões de dólares de Hong Kong (US$ 5,1 bilhões) em custos diretos, indiretos e intangíveis em 2012, segundo um trabalho acadêmico de 2013 preparado por especialistas em saúde pública da Universidade de Hong Kong. A soma representa 2 por cento de sua economia.


Ar mortal

A Organização Mundial da Saúde concluiu no mês passado que o ar contaminado é o pior risco ambiental à saúde. 

A poluição ajudou a matar 7 milhões de pessoas em 2012, uma em cada oito mortes no mundo, mais que o total combinado que sucumbiu por aids, diabetes e acidentes de trânsito, disse a OMS, que tem sede em Genebra, em 25 de março. Quarenta por cento delas ocorreram na região oeste do Pacífico, dominada pela China.

O número pode ser maior na parte Central e na Baía de Causeway, na ilha de Hong Kong, onde bancos e empresas como o JPMorgan Chase Co. e a Walt Disney Co. mantêm escritórios regionais e também onde não foram construídas ruas para acomodar o tráfego atual.

Em Hong Kong, que a Bloomberg classifica como o melhor país do mundo para se fazer negócios, a piora da poluição está ligada à desigualdade econômica.

Trata-se da cidade mais cara para possuir ou alugar uma residência, segundo uma pesquisa sobre 12 centros financeiros divulgada neste mês pela Savills Plc, uma empresa imobiliária com sede em Londres.

O modelo de carro mais vendido em Hong Kong em 2012 foi o Mercedes-Benz Classe E, que custa a partir de 512.000 dólares de Hong Kong, disse Namrita Chow, analista da IHS Automotive em Xangai.


Hora do rush

Hong Kong tem o terceiro maior número de veículos por quilômetro de rua, após Mônaco e os Emirados Árabes Unidos. Os carros dominam as principais ligações nos horários de pico, mesmo que a maioria das pessoas utilize meios de transporte de massa, segundo um estudo do Instituto Politécnico Worcester, em Massachusetts, apoiado pelo grupo ambiental Friends of the Earth. 

Embora 90 por cento dos residentes dependam de transporte público diariamente, os ônibus representaram não mais que 7 por cento dos veículos na rua Connaught, na região Central, na hora do rush, e 30 por cento na Baía de Causeway, apontou o estudo.

O Departamento de Transporte diz que dá prioridade às ferrovias. Adicionará cinco linhas até 2020, colocando 70 por cento da população no raio atendido pelo trem após a conclusão, disse a porta-voz da pasta, Josephine Wong.

No dia 1º de março, o Departamento de Proteção Ambiental começou a oferecer 11,4 bilhões em subsídios do governo para incentivar motoristas a substituírem seus veículos antigos a diesel, o que, segundo o órgão, cortaria os níveis de óxido de nitrogênio no ar em 30 por cento.

O impacto pode não vir suficientemente rápido.

“Há dias em que eu simplesmente não quero respirar”, disse Maria Felsgaard-Hansen, 29, uma dinamarquesa que começa o dia viajando com saída da Baía de Causeway. “Não há como escapar de algo que vem na sua cara toda vez que você atravessa a rua”.

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