Mercedes-Benz: os 500 funcionários já tinham enfrentado uma suspensão temporária do contrato de trabalho, segundo comunicado (Saulo Pereira Guimarães/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2015 às 17h49.
São Paulo - A Mercedes-Benz anunciou nesta terça-feira a demissão de 500 trabalhadores de sua fábrica em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, por causa da queda nas vendas de veículos comerciais no mercado brasileiro.
De acordo com um comunicado da companhia alemã, os 500 funcionários já tinham enfrentado uma suspensão temporária do contrato de trabalho, embora até o momento seu salário estivesse garantido pela empresa.
Com o objetivo de adequar a produção à demanda, a Mercedes também decretou hoje férias remuneradas a todos os empregados do setor de produção por 15 dias e informou que, apesar das demissões, ainda tem um excedente de 1.750 trabalhadores na unidade de São Bernardo do Campo.
A companhia ressaltou que as medidas adotadas pela empresa têm como objetivo "enfrentar o cenário econômico desfavorável" que o país atravessa, com uma economia praticamente estagnada, inflação em viés de alta e taxas de juros nos maiores níveis dos últimos seis anos.
O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou recentemente que as fábricas de veículos estão com excesso de pessoal, apesar das demissões e das licenças registradas nos últimos meses em várias fábricas do país.
Segundo o último balanço da Anfavea, os fabricantes brasileiros reduziram seu elenco em 9,5% nos primeiros quatro meses deste ano, dos 144.200 trabalhadores de dezembro para os 139.600 contabilizados em abril.
O corte é ainda mais significativo se for comparado com os números de abril de 2014, quando havia 154.200 funcionários.
O Brasil produziu até abril 881.774 unidades de veículos, 17,5% a menor em comparação com os primeiros quatro meses do ano passado e o pior resultado para o período desde 2007.
A redução da produção tem por objetivo enfrentar a queda nas vendas, que aumentou desde que o governo não renovou os incentivos fiscais que oferecia à comercialização para ajudar o setor a enfrentar a crise, e que foi intensificada com a desaceleração da economia.
Em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apenas cresceu 0,1% e para este ano o mercado e algumas projeções oficiais calculam uma contração entre 1% e 1,2%.