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Mercedes-Benz espera alta de até 10% nas vendas de caminhões

Em 2016, o mercado brasileiro de caminhões registrou vendas de 47 mil unidades novas, ante 67,9 mil em 2015 e 133 mil em 2014

Fábrica de Mercedes-Benz : montadora vendeu 13,9 mil caminhões novos no ano passado no país (CLAUDIO GATTI/Reprodução)

Fábrica de Mercedes-Benz : montadora vendeu 13,9 mil caminhões novos no ano passado no país (CLAUDIO GATTI/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 14h14.

Última atualização em 10 de janeiro de 2017 às 21h53.

São Bernardo do Campo - A Mercedes-Benz espera que as vendas de caminhões novos e ônibus no Brasil cresçam de 6 a 10 por cento neste ano, mas a operação da unidade brasileira da Daimler pode sofrer novo prejuízo anual.

"Ano passado não deu e provavelmente não vai dar neste ano", disse o vice-presidente de vendas de veículos comerciais da maior fabricante de caminhões e ônibus do país, Roberto Leoncini.

"Quando você tem custos de 2016, preços de 2009 e volumes de 20 anos atrás a conta não fecha", disse o executivo.

"Se a economia recuperasse mais rapidamente, eu seria mais otimista para 2017, já que esses 10 por cento (de crescimento) era algo que tem que acontecer de qualquer jeito", acrescentou.

Em 2016, o mercado brasileiro de caminhões registrou vendas de 47 mil unidades novas, ante 67,9 mil em 2015 e 133 mil em 2014, segundo dados da montadora alemã.

A Mercedes-Benz vendeu 13,9 mil caminhões novos no Brasil no ano passado, ou 29,6 por cento do mercado, ante 26,7 por cento em 2015.

A filial brasileira da Daimler tem ampliado esforços em novas frentes geradoras de receita para contornar a crise do mercado interno, que fez o setor encerrar 2016 com ociosidade acima de 70 por cento, segundo dados da associação de montadoras, Anfavea.

Apenas a Mercedes-Benz tem capacidade de produção de 80 mil caminhões e ônibus em sua fábrica em São Bernardo do Campo, que fechou 2016 com 50 por cento de ocupação, disse o executivo.

Segundo Leoncini, a empresa tem apostado no crescimento de exportações e também na comercialização de veículos usados, que facilita a venda de caminhões novos pelo grupo.

Em 2016, a Mercedes-Benz exportou 6.382 caminhões, dos quais 4.800 para a Argentina, maior mercado de veículos do Brasil. O volume representa crescimento de cerca de 39 por cento ante 2015, disse o executivo.

Ele, porém, evitou comentar expectativas específicas para exportações da caminhões em 2017, citando incertezas como preços do petróleo e posicionamento comercial dos Estados Unidos, cujo presidente eleito, Donald Trump, assume o cargo em 20 de janeiro.

"Vai crescer o volume exportado, mas são muitos fatores que podem influenciar o número", disse Leoncini, acrescentando que a empresa deve ter uma previsão em fevereiro.

No segmento de caminhões usados, a Mercedes-Benz deve abrir em 2017 sua terceira loja no país, no Paraná, em um modelo de negócios que começou na América Latina pelo Brasil em 2013 com caminhões da marca e de rivais.

Além disso, um novo ponto deve ser inaugurado na região Nordeste entre este ano e 2018 e a companhia vai estudar abertura no Centro-Oeste. A Mercedes-Benz vendeu no ano passado 850 caminhões usados.

"Este ano creio que vai ter muita troca (de caminhão usado por novo)", disse Leoncini. "O Brasil hoje é um jogo de palitinho. Se puxar um errado ... não dá tempo de reconstruir de volta", afirmou o executivo.

Ele citou que sinalizações do governo para reformas como a da Previdência e trabalhista, além de definição da política de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os próximos anos, devem ajudar a dar confiança para decisão de compra de caminhões novos por parte de transportadores.

Porém, "não vão ser movimentos que ocorreram em 2013 e 2014. A tomada de decisão está demorando mais", disse Leoncini, que está na Mercedes-Benz desde julho de 2014.

Ele citou que a expectativa de safra recorde de grãos neste ano deve incentivar alguns grandes transportadores a renovar parte de suas frotas.

Segundo o executivo, em 2016, por causa de problemas na safra do país, cerca de metade da frota de caminhões que lida com esse tipo de transporte parou nos últimos meses do segundo semestre.

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