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Mercado Livre lidera, mas Temu registra crescimento recorde na Black Friday

Com uma base menor, o Temu registrou um aumento de 3.100% nos downloads e 4.100% em usuários ativos mensais (MAU) em novembro

TEMU: app chinês começou sua operação no brasil neste ano (Justin Sullivan/Getty Images)

TEMU: app chinês começou sua operação no brasil neste ano (Justin Sullivan/Getty Images)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 08h36.

Última atualização em 6 de dezembro de 2024 às 08h38.

Apesar de recém-chegada ao mercado brasileiro, a plataforma de compras online Temu protagonizou um crescimento expressivo na Black Friday 2024, acirrando a disputa com Mercado Livre e Shopee pelo domínio do e-commerce.

A Black Friday 2024 chegou ao fim com faturamento acumulado de R$ 9,4 bilhões, de acordo com a Neotrust Confi. O montante é 10,7% maior do que o mesmo período de 2023, quando houve faturamento de R$ 8,43 bilhões. Em unidades vendidas, foram 18,2 milhões, aumento de 14%.

Com uma base menor, o Temu registrou um aumento de 3.100% nos downloads e 4.100% em usuários ativos mensais (MAU) em novembro de 2024, em comparação ao ano anterior. Os dados são da agência especializada em publicidade para aplicativos Appreach.

Enquanto isso, o Mercado Livre manteve sua liderança, com um crescimento de 29,8% nos downloads e 23,2% no MAU no mesmo período. O desempenho consolida a força da plataforma em fidelização e recorrência, demonstrando que a base de usuários continua altamente engajada. A campanha da companhia foi impulsionado pelas ofertas de até 80% e os R$ 55 milhões em cupons do Mercado Livre e Mercado Pago.

“O Temu trouxe uma abordagem disruptiva, mas precisa comprovar sua capacidade de retenção no longo prazo. Enquanto isso, o Mercado Livre segue liderando em MAU, evidenciando sua força como plataforma preferida pelos brasileiros,” diz André Sales, CMO da Appreach.

De acordo com o levantamento, o marketplace Shopee também apresentou resultados positivos, com um aumento de 23,5% nos downloads e 20,3% no MAU. A companhia informou que o destaque foi para as categorias de Casa e Construção e Moda, mas também houve forte impulso em produtos de maior valor agregado, como computadores, videogames, celulares, e eletrodomésticos, com crescimento superior a 100% em todas. A fritadeira elétrica foi o item mais vendido, com uma média de 34 unidades por minuto.

“O mercado brasileiro está vivendo um momento de intensa competitividade no e-commerce. O Temu chegou com força, apostando em campanhas promocionais agressivas, mas o Mercado Livre e o Shopee seguem como referências em retenção e engajamento a longo prazo,” diz Sales.

Qual é a história do Temu

Por trás da Temu está a Pinduoduo, grupo chinês avaliado em 170 bilhões de dólares na Nasdaq. 

Uma das plataformas de comércio eletrônico mais populares da China, a Pinduoduo conta com aproximadamente 900 milhões de usuários. Ficou famosa por adotar um modelo de compras em grupo, parecido com o que foi no Brasil o Groupon e o Peixe Urbano.

O sucesso da plataforma permitiu que a empresa apostasse num outro modelo, mais semelhante a um marketplace, em que os fornecedores sediados na China pudessem vender e enviar diretamente o produto ao cliente final, sem ter de recorrer a armazéns no país de destino.

Nos Estados Unidos, já é a segunda principal varejista online, atrás apenas da Amazon, e já ultrapassou concorrentes de peso como Shein.

Qual é o diferencial da Temu

O diferencial, porém, vem numa funcionalidade chamada de Next-Gen Manufacturing.

“Ao contrário do modelo tradicional, onde as marcas produziam bens e depois os comercializavam aos consumidores, o modelo Next-Gen Manufacturing permite que os parceiros de mercadorias ajustem o desenvolvimento de seus produtos e processos de fabricação de acordo com os insights de mercado canalizados através do Temu”.

“Esta abordagem resulta em custos mais baixos tanto para os consumidores como para os parceiros de mercadorias devido às economias de escala resultantes de uma melhor adequação dos produtos, aumento das receitas e menos desperdício de produção incompatível”, afirmam também.

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