Logística: 72% das remessas já dependem apenas da infraestrutura própria (Mercado Livre/Divulgação/Reuters)
Gabriel Aguiar
Publicado em 11 de agosto de 2021 às 11h08.
Última atualização em 12 de agosto de 2021 às 11h16.
O Mercado Livre anunciou hoje, 11, as expansões previstas para logística – que incluem a inauguração de novos centros de distribuição. E por que isso? Para se manterem fortes na briga de entregas rápidas, disputada com Americanas e Magazine Luiza (até com discussões no Conar). Como resultado, cerca de 72% das remessas já dependem apenas da infraestrutura própria com operação fulfillment.
Nos últimos meses, a empresa abriu três centros de distribuição, que ficam em Cajamar (SP), Extrema (MG) e Governador Celso Ramos (SC). Com isso, completam três estruturas do tipo no interior paulista. Também há previsão para criar mais 26 Service Centers, onde chegam os pacotes para serem organizados e enviados diretamente à casa dos consumidores por meio de vans que fazem parte da frota.
Serão colocados em funcionamento dois centros de distribuição: em Franco da Rocha (SP), que começa a operar ainda neste ano, e outro na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), previsto para o fim de 2022. Atualmente, a empresa já tem oito centro fulfillment, o que permite entregar a 2.100 cidades em até 24h. Nas entregas no mesmo dia, são 50 cidades que representam 20% das compras.
“Nós temos mais de 10.000 funcionários e chegaremos a 16.000 ainda neste ano. E, mais de metade dos novos contratados, ou seja, cerca de 3.200 pessoas, serão dedicadas somente à logística. Não queremos chegar somente à região da Faria Lima [no centro expandido da cidade de São Paulo], mas a todo o país. Por isso, vamos expandir a malha”, diz Luiz Vergueiro, diretor de operações do Mercado Livre.
Os serviços de entrega no mesmo dia foram apresentados no mês de julho, inicialmente para as regiões metropolitanas de São Paulo (SP), Florianópolis (SC) e Salvador (BA), para compras realizadas na própria plataforma até as 11h. Entretanto, a empresa já anunciou os planos para prolongar o prazo de compras ainda neste ano – e, assim, as negociações poderão ser finalizadas até as 13h do mesmo dia.
Além de ampliar a operação fulfillment, o trabalho para acelerar entregas inclui 17 Cross Dockings (que servem como pontos intermediários), mais de 100 Services Centers (de última milha) e 3.000 agências. Já a malha logística da companhia possui 51 carros elétricos, 260 caminhões, 10.000 vans, quatro aviões e oito carretas movidas a gás na frota. E, até o fim de 2021, chegarão 46 carretas sustentáveis.
No segundo trimestre deste ano, o Mercado Envios enviou mais de 230,5 milhões de itens, um aumento de 46,4% em relação ao mesmo período de 2020. No Brasil, a penetração da rede logística encerrou o segundo trimestre com 86% do total das entregas no período. Já o serviço fulfillment atingiu penetração de 29% nas entregas da empresa. Nos primeiros três meses deste ano, o número era de 27%.
“Não faz sentido a gente participar de uma disputa pelos Correios. Me sinto confortável para dizer isso. Queremos que o governo encontre a melhor solução. Mas não temos interesse, porque não faz sentido por questões de sinergia de trabalho. Já temos uma estrutura criada internamente e que funciona bem, enquanto eles têm uma cultura própria”, afirma Leandro Bassoi, vice-presidente de logística.