Negócios

Mercado Livre compra 100% da plataforma de entregas Kangu

A transação leva para dentro do Mercado Livre a estrutura de cerca de 5 mil pontos da Kangu espalhados por 700 cidades no Brasil, além de México e Colômbia

Mercado Livre: venda de mais de 1 bilhão de produtos em 2021 (Mercado Livre/Divulgação)

Mercado Livre: venda de mais de 1 bilhão de produtos em 2021 (Mercado Livre/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 24 de agosto de 2021 às 18h16.

Última atualização em 24 de agosto de 2021 às 18h57.

O Mercado Livre anunciou nesta terça-feira a compra de 100% da plataforma de entrega de encomendas Kangu, ampliando a aposta em logística própria como diferencial na América Latina, uma das regiões onde o comércio eletrônico mais cresce no mundo.

A transação, por valor não revelado, leva para dentro do Mercado Livre a estrutura de cerca de 5.000 pontos da Kangu espalhados por 700 cidades no Brasil, além de México e Colômbia.

Criada em 2018, a Kangu usa pequenas lojas de bairro como pontos de coleta e entrega de encomendas, o que amplia a rede logística sem a necessidade de depender de terceiros, como os Correios. Desde o ano passado, já tinha como parceiro o Mercado Livre, cuja demanda do e-commerce cresceu fortemente desde 2020, diante do isolamento imposto pela pandemia.

A aquisição acontece após o Mercado Livre ter anunciado mais cedo neste mês dois novo centros de distribuição no Brasil, um na Grande São Paulo, outro em Belo Horizonte, usando parte do investimento previsto para 2021, de 10 bilhões de reais, para ampliar seu alcance geográfico e reduzir os prazos de entregas.

Outras grandes de e-commerce da região, como Magazine Luiza e Nuvemshop, também anunciaram investimentos robustos em logística na América Latina, região que poderá quadruplicar as vendas online nos próximos anos, até atingir percentuais similares aos da China, onde representam quase 50% das vendas totais do varejo, ante menos de 10% aqui.

No caso específico da Kangu, o Mercado Livre tenta fechar algumas lacunas que ficaram mais evidentes com a explosão do e-commerce, como a entrega de encomendas em pontos alternativos, que também podem ser usados para coleta para atender um número crescente de vendedores locais.

"Além disso, esses pontos poderão ser usados para devolução de produtos, sem que os clientes precisem enfrentar filas nos Correios", disse à Reuters o diretor de novos negócios do Mercado Livre, Renato Pereira.

A Kangu seguirá comandada pelos cofundadores e atuais copresidentes, Marcelo Guarnieri e Ricardo Araújo, e vai continuar atendendo outros parceiros além do Mercado Livre.

"Nossa meta agora é elevar o número de pontos de entrega e coleta, dos atuais 2.600 para 3.500 no Brasil até o fim do ano", disse Guarnieri.

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que afetam o seu bolso.

Acompanhe tudo sobre:e-commerceFusões e AquisiçõesLogísticaMercado Livre

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'