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Mercado de franquias fatura R$ 70,2 bi no 3º trimestre, crescimento de 12,1%, revela ABF

Pesquisa da ABF indica crescimento de 14,4% em 12 meses, com faturamento de R$ 264,8 bilhões

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 1 de dezembro de 2024 às 12h32.

Última atualização em 1 de dezembro de 2024 às 12h33.

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A melhora de indicadores econômicos contribuíram para que o mercado de franquias registrasse um crescimento de 12,1% em sua receita no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com a pesquisa trimestral realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF ).

O faturamento passou de R$ 62,6 bilhões para R$ 70,2 bilhões no período. Em 12 meses, a variação foi de 14,4%, passando de R$ 231,5 bilhões para R$ 264,8 bilhões.

"O consumo fortalecido tende a levar mais vigor as operações na ponta e o franchising tem condições de atender esse movimento com o aprimoramentos que adotou nos últimos anos em termos operações e de digitalização. Com isso, mantemos boas perspectivas tanto para o quarto trimestre, com Black Friday e Natal, como para o ano de forma geral”, diz Tom Moreira Leite, presidente da ABF.

Entre os fatores que impulsionaram o desempenho do mercado de franquias, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) destaca a alta no índice de confiança dos consumidores, o aumento do emprego e da massa salarial recorde, além da desaceleração da inflação, conforme dados da FGV.

O varejo também foi beneficiado, especialmente por datas como o Dia das Crianças, enquanto o setor de serviços registrou alta de 1,0% em setembro, segundo o IBGE.

Outros destaques incluem a melhora na capacidade instalada da indústria, que alcançou seu melhor nível, e o crescimento mais consistente em diversos setores da economia, como o consumo de bens duráveis, incluindo imóveis.

Dados de mercado

De acordo com o levantamento, o número de operações cresceu 4,8% entre julho e setembro deste ano comparado aos mesmos meses de 2023, com um percentual de encerramento de 1,5%. O saldo positivo, portanto, foi de 3,2%. Os repasses tiveram pouca variação, com um índice de 1,1% frente a 0,9% no período pesquisado. No terceiro trimestre houve um acréscimo de 4.162 operações, totalizando 195.508 franquias e demonstrando que o franchising segue expandindo no País.

Já em relação aos empregos, o número de trabalhadores diretos do sistema de franquias chegou a cerca de 1,7 milhão de pessoas, passando de 1,645 milhão para 1,692 milhão no período analisado.

Apesar do desempenho consistente e robusto, o mercado de franquias continua a enfrentar desafios como a dificuldade na contratação e retenção de mão de obra, o elevado custo financeiro (que tende a crescer ainda mais com elevação do juro básico) e a necessidade constante de ajuste operacional frente a dinâmica do mercado e a evolução do comportamento do consumidor.

"Continuamos atentos a desafios importantes no horizonte como os potenciais impactos da Reforma Tributária, a dificuldade de contratação e retenção de mão de obra e o desenvolvimento contínuo de nossas equipes e operações", diz o presidente da ABF.

Todos os segmentos cresceram no 3º trimestre

Nos meses de julho a setembro, como observado nos trimestres anteriores, a pesquisa da ABF revelou que todos os 12 segmentos listados pela entidade cresceram em relação a igual período de 2023.

Entre os que registraram faturamento igual ou maior que 12,1% (desempenho do mercado total de franquias no período pesquisado), Entretenimento e Lazer se destacou em primeiro lugar, com receita 15,3% maior. O segmento foi beneficiado justamente pela melhora da conjuntura econômica, da demanda reprimida pela pandemia, estimulando a busca dos consumidores por lazer e turismo.

Alimentação - Food Service ficou em segundo lugar, com alta de 14,0% no faturamento. Fatores como o aumento da frequência do trabalho presencial nas empresas, a abertura de lojas, o crescente movimento nos shoppings, com a oferta de mais serviços, além da manutenção do delivery justificam esse crescimento.

O terceiro melhor desempenho ficou com Limpeza e Conservação, com receita 13% maior. Além de ser favorecido também, como os demais, pela melhora dos indicadores econômicos, o segmento refletiu, ainda, a alta registrada no setor de Serviços e o bom desempenho dos serviços de lavanderia.

Na sequência, se destacaram também Hotelaria e Turismo, e Saúde, Beleza e Bem-Estar, ambos com faturamento 12,7% maior em relação ao terceiro trimestre do ano passado; Educação (12,6%); Comunicação, Informática e Eletrônicos (12,4%), e Serviços e Outros Negócios (12,3%).

Confira na tabela a seguir os resultados de cada segmento no terceiro trimestre:

Segmento3º Tri 2023 (R$ milhões)3º Tri 2024 (R$ milhões)% Var T3 2024 – T3 2023% Var Operações
Alimentação - Comercialização e Distribuição5.1945.6578,9%7,6%
Alimentação - Food Service12.06513.75614,0%3,9%
Casa e Construção4.3694.80810,1%1,7%
Comunicação, Informática e Eletrônicos1.9332.17312,4%-0,2%
Educação3.7544.22812,6%4,5%
Entretenimento e Lazer63172715,3%0,1%
Hotelaria e Turismo3.0153.39712,7%-0,5%
Limpeza e Conservação47353413,0%10,3%
Moda5.7776.35910,1%-1,0%
Saúde, Beleza e Bem-Estar14.20916.00912,7%3,0%
Serviços Automotivos1.7531.9078,8%2,5%
Serviços e Outros Negócios9.50410.67512,3%-1,0%
Total62.67670.23112,1%2,2%

“Quando analisamos os segmentos, identificamos vários movimentos importantes: a demanda aquecida do food service, cujo hábito de alimentação fora do lar está cada vez mais profundo, as pessoas fortalecendo seus hábitos de lazer, as lavanderias se disseminando em vários formatos e uma demanda ampla por serviço. Isso tudo muito associado a uma retomada do poder de compra que abre caminho para um consumo mais sofisticado”, diz Moreira Leite.

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