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Mercado de carbono criado: COP26 tem documento final

O acordo final da COP26 foi aprovado após uma mudança de última hora no texto em relação a carvão, que provocou reclamações de países vulneráveis

COP26: após acordos anunciados, é preciso agir  (OLI SCARFF/AFP/Getty Images)

COP26: após acordos anunciados, é preciso agir (OLI SCARFF/AFP/Getty Images)

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Rodrigo Caetano

Publicado em 13 de novembro de 2021 às 17h12.

Última atualização em 13 de novembro de 2021 às 17h48.

De Glasgow, na Escócia*

Em um acordo histórico, o mundo acaba de criar o mercado de carbono global. O documento final da COP26, a Conferência do Clima da ONU, encerrada na noite deste sábado, em Glasgow, Escócia, regulamenta as últimas cláusulas do Acordo de Paris. Com isso, os países poderão comercializar créditos de carbono entre si, num passo fundamental para fazer a transição para a economia de baixo carbono e conter o aquecimento global.

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As negociações se estenderam além do previsto. Uma coletiva de imprensa chegou a ser marcada para às 17h, horário de Glasgow, porém, foi cancelada. Somente por volta das 20h, Alok Sharma, presidente da COP26, anunciou a assinatura do documento final.

Minutos antes, a Índia ainda relutava em assinar o acordo histórico. Uma mudança no texto em relação ao carvão, substituindo a palavra eliminar por reduzir, foi adotada, abrindo caminho para o consenso.

A questão do financiamento da transição nos países em desenvolvimento, ponto crítico para o Brasil, terminou com uma vitória do grupo dos mais pobres. Os países ricos concordaram em pelo menos dobrar o repasse de recursos. Ontem, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, dizia que os 100 bilhões de dólares prometidos até então, além de não serem suficientes, precisavam “chegar ao chão”, ou seja, era preciso criar os mecanismos para viabilizar essa ajuda.

Países em desenvolvimento argumentam que as nações ricas, cujo histórico de emissões é amplamente responsável por aquecer o planeta, precisam pagar mais para ajudá-los a se adaptar às consequências das mudanças climáticas.

Já na questão da ambição, pauta sensível para a sociedade civil, ficou acertado que os países deverão aumentar suas contribuições para a redução das emissões de carbono. Com as atuais metas, as chamadas NDC, o mundo não chega perto da principal meta do Acordo de Paris, que é de manter o aquecimento global em 1,5º C até 2050.

Cientistas dizem que um aquecimento acima de 1,5 grau Celsius geraria um crescimento extremo do nível do mar e catástrofes como secas, tempestades e incêndios muito piores do que as que o mundo está sofrendo neste momento. Mas, até agora, as promessas dos países para cortar emissões de gases do efeito estufa - principalmente dióxido de carbono da queima de carvão, óleo e gás - limitariam o crescimento da temperatura global média em 2,4 graus Celsius.

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O acordo é o resultado de duas semanas de negociações tortuosas em Glasgow. “Por favor, não se pergunte o que mais você pode querer, mas se pergunte o que é o suficiente”, disse Sharma aos delegados nas horas finais.

“E ainda mais importante - por favor, perguntem-se se, no fim das contas, esses textos funcionam para todas as pessoas e para nosso planeta”.

Exame na COP26

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) é um tratado internacional com o objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.

Uma das principais tarefas da COP é revisar as comunicações nacionais e os inventários de emissões apresentados por todos os países membros e, com base nessas informações, avaliar os progressos feitos e as medidas a serem tomadas.

Para além disto, líderes empresariais, sociedade civil e mais, se unem para discutir suas participações no tema. Neste cenário, a EXAME atua como parceira oficial da Rede Brasil do Pacto Global, da Organização das Nações Unidas.

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