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Menos drones, mais Google: a Alphabet com Pichai

Investidores esperam que o indiano Sundar Pichai, novo presidente da holding Alphabet, reavalie apostas ousadas, além das caras

Pichai, do Google: infância simples na Índia e engenharia de materiais em Stanford  (Justin Sullivan/Getty Images)

Pichai, do Google: infância simples na Índia e engenharia de materiais em Stanford (Justin Sullivan/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2019 às 07h07.

Última atualização em 5 de dezembro de 2019 às 07h30.

São Paulo — Uma Alphabet com mais cara de Google. É uma das perspectivas que mais animam investidores da holding que controla a gigante de tecnologia americana, depois que a companhia anunciou, ontem, uma troca em seu comando. Saem os fundadores Larry Page e Sergey Brin, 46 anos, há duas décadas no comando da companhia, entra o indiano Sundar Pichai, 47 anos, que já comandava o Google agora assume o comando da terceira maior empresa do mundo, com valor de mercado de 910 bilhões de dólares.

Page e Brin divulgaram comunicado ontem em que anunciaram que passarão a atuar apenas no conselho de administração, e que passarão ao papel de “pais orgulhosos”. Eles seguem como donos de 41% das ações com poder de voto na Alphabet. Pichai, filho de uma família simples, juntou as economias para fazer um mestrado em engenharia de materiais na Universidade Stanford, na Califórnia. No Google, passou por produtos de sucesso como o navegador Chrome, o pacote Drive, o Gmail e o navegador Android.

São produtos tidos por investidores como os esteios de uma companhia que, impulsionada por seus fundadores, passou a apostar em negócios de risco (e caros), como drones, carros autônomos, balões para levar internet a áreas remotas e lentes inteligentes.

Daniel Morgan, gestor da empresa de investimentos Synovus Trust Company, dona de 100 milhões de dólares em ações da companhia, falou à agência Reuters que Pichai pode reavaliar esses outros negócios e direcionar a atenção para o que de fato traz crescimento para a companhia. Os novos negócios da Alphabet fecharam o último ano com prejuízo de 3,4 bilhões de dólares, ante um lucro de 36 bilhões de dólares do Google.

Reduzir a diversificação, por sua vez, pode colocar o futuro da companhia em risco. O Google, afinal, vem sendo cada vez mais pressionado por reguladores que acusam a empresa de concorrência desleal, uso de dados e influência política. A empresa teve de pagara recentemente 8 bilhões de dólares em multas na Europa por concorrência desleal. A dependência da companhia da receita publicitária também é vista como um risco de longo prazo. São desafios que os reclusos Brin e Page vão acompanhar à distância, mas com muito interesse: eles têm cerca de 110 bilhões de dólares em ações da Alphabet.

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